Rio: Justiça recebe denúncia e decreta prisão de Nem
O Tribunal de Justiça (TJ) do Rio de Janeiro recebeu a denúncia do Ministério Público e decretou a prisão preventiva de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem. Além dele, outras duas pessoas - William de Oliveira e Alexandre Leopoldino Pereira da Silva, o Perninha - tiveram a prisão decretada e são acusados de associação para o tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo.
A Justiça também negou, liminarmente, liberdade a dois advogados de Nem: Luiz Carlos Cavalcanti Azenha Cruz e Demóstenes Armando Dantas. Eles foram presos em novembro, quando transportavam o traficante na mala de um Corolla, e denunciados no último dia 29. Sua defesa pediu liberdade provisória por meio de um habeas-corpus, o que foi negado.
Nem e a tomada da Rocinha
Desde o dia anterior, a polícia já investigava denúncias de um possível plano para retirar o traficante da Rocinha. Além de Nem, três homens estavam no carro. Um se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado - a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio. Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia com R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro.
Nem estava no comando do tráfico da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, junto de João Rafael da Silva, o Joca, desde outubro de 2005, quando substituiu o traficante Bem-te-vi, que foi morto. Com 35 anos, dez de crime e cinco como o chefe das bocas de fumo mais rentáveis da cidade, ele tinha nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro. Nem possuía um arsenal de pelo menos 150 fuzis, adquiridos por meio da venda de maconha, cocaína e ecstasy, sendo a última a única droga consumida por ele. Com isso, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês, graças à existência de refinarias de cocaína dentro da favela.
O fim do domínio de Nem na Rocinha foi o último obstáculo à entrada das forças de segurança na favela para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Na madrugada do dia 13 de novembro, agentes das polícias Civil, Militar e Federal, além de homens das Forças Armadas, iniciaram a ocupação do local escoltados por um forte aparato. No entanto, os traficantes já haviam deixado a comunidade, e a operação foi concluída sem qualquer confronto.
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***FRANCIS DE MELLO***
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