terça-feira, 22 de outubro de 2013

"SANTOS E BEATOS"




Santos na Igreja Católica
A definição comumente aceita de santos, entre os católicos, é que são aqueles indivíduos que viveram uma vida exemplar na terra e a quem a Igreja Católica determinou que estão certamente com Deus. Os santos são mais comumente conhecidos pelo martírio, virtude heroica, e milagres. Como resultado destes dons, católicos em todo o mundo rezam aos santos, e os honram celebrando seus dias festivos, mencionando-os de tempos em tempos na celebração da Missa, colocando estátuas e pinturas deles, entesourando seus pertences mundanos, bem como seus restos físicos, e dando os nomes deles a seus filhos e a suas igrejas.

O processo pelo qual a Igreja Católica determina quem é santo é chamado canonização. O candidato tem que ter estado morto há pelo menos cinco anos antes que um processo de santidade possa ser oficialmente iniciado. Quando uma pessoa religiosa muito respeitada morre, o bispo local tem que deixar que a reputação de santidade dessa pessoa cresça por si só. Se a adoração das pessoas aumenta e continua durante cinco a dez anos depois da morte da pessoa, então o bispo é autorizado a iniciar uma investigação oficial da vida e obra do candidato, de modo a ver se a reputação de santidade é fundada na verdade.

Há dois diferentes níveis de honra para os santos indivíduos que faleceram. Aquelas pessoas que são veneradas localmente ou por ordens religiosas de padres ou freiras são beatificadas. Elas são chamadas pelo título "beato". Somente aquelas que são canonizadas pelo Papa são realmente santos. Esta distinção é virtualmente ignorada pela maioria dos católicos. A mais completa compilação dos santos católicos, A Bibliotheca Sanctorum, está beirando os vinte volumes e alista mais de 10.000 santos. Só aproximadamente 400 deles foram oficialmente canonizados por papas.

A Congregação pelas Causas dos Santos, um dos nove ministérios da Santa Sé, supervisiona a canonização dos santos. No passado, o processo era mais extenso e minucioso do que é hoje. Antes de João Paulo II se tornar Papa, havia muitos bloqueios estrategicamente colocados no caminho da santidade. Houve realmente, no Vaticano, um ofício cujo propósito era fazer tudo que pudesse para expor o lado negativo do candidato de modo a assegurar que nenhum indivíduo fosse indevidamente honrado. Esse ofício era conhecido como o do Advogado do Diabo. Nos anos recentes, o ofício do Advogado do Diabo tem sido afastado, e o processo de canonização inteiro foi drasticamente agilizado. João Paulo II beatificou e canonizou mais indivíduos do que todos os outros papas juntos no século vinte.

Uma vez que uma pessoa é canonizada, os católicos ficam seguros de poderem rezar com confiança ao santo para que interceda com Deus em seu benefício. O nome da pessoa é acrescentado à lista de santos e é determinado um dia festivo no qual ela será honrada na celebração da Missa desse dia.

Alguns santos são indicados como intercessores especiais junto a Deus em benefício de certas causas ou grupos de pessoas. Eles são chamados Santos Padroeiros. O que se segue relaciona vários Santos Padroeiros bem conhecidos.

Santos Padroeiros de Países
Argentina - Nossa Senhora de Lujan
Austrália - São Gregório Iluminador
Brasil - Imaculada Conceição
Canadá - São José, Sant'Ana
Chile - São Tiago; Nossa Senhora de Monte Carmelo
China - São José
Colômbia - São Pedro Claver; São Luís Bertrand
Equador - Sagrado Coração
Inglaterra - São Jorge
França - Santa Joana D'Arc
Alemanha - São Bonifácio
Índia - Nossa Senhora da Assunção
Irlanda - São Patrício, Santa Brígida e Santa Columba
Itália - São Francisco de Assis; Santa Catarina de Siena
Japão - São Pedro Batista
México - Nossa Senhora de Guadalupe
Filipinas - Sagrado Coração de Maria
Portugal - Imaculada Conceição, São Francisco Bórgia, Santo Antônio de Pádua
Rússia - Santo André
Espanha - São Tiago, Santa Teresa
Estados Unidos - Imaculada Conceição

Santos Padroeiros de Ocupações, Doenças e
Enfermidades, Profissões e Estados de Vida
Atores - São Genésio
Atletas - São Sebastião
Padeiros - Santa Isabel da Hungria
Males corporais - Nossa Senhora de Lourdes
Pacientes de câncer - São Peregrino
Filhos - São Nicolau de Mira
Gestantes - Santa Margarida
Fazendeiros - São Jorge
Pescadores - Santo André
Donas de casa - Sant'Ana
Trabalhadores - Santo Isidoro
Objetos perdidos - Santo Antônio de Pádua
Amantes - São Rafael
Mães - Santa Mônica
Órfãos - São Jerônimo
Policiais - São Miguel
Pobres - São Lourenço
Viajantes - São Cristóvão


A Igreja Católica faz distinção entre o tipo de adoração que pode ser dada a Deus, latria, e a veneração própria para os santos, doulia. Esta distinção, contudo, é freqüentemente difícil de manter, na prática.

Os santos e suas histórias são parte integral da fé Católica e um meio importante de ensinar aos católicos como cumprir essa fé. Há uma ligação especial dos católicos com os santos aos quais rezam. É aceito, comumente, que os santos não se esquecem das lutas que eles suportaram enquanto estavam na terra e, aproximando-se de Deus, dão mais força àqueles que estão lutando na terra.

Santos e a Bíblia
Dentro das páginas do Velho Testamento (na Bíblia Sagrada, Edição Pastoral), três diferentes palavras hebraicas são traduzidas como "santo" ou "santos": qadosh, qodesh e qaddiysh. Estas palavras são variações da mesma palavra raiz. Em geral, o significado dessas palavras é santo, uma coisa ou lugar sagrado, bondoso, devoto, piedoso, bom, santo e anjo. Embora essas palavras, em algumas passagens, podem ser entendidas como anjos ou pessoas santas que já haviam morrido, a mesma palavra hebraica é usada para convidar seres humanos vivos (o povo consagrado) a louvar a Deus (Salmo 34:10).

No Novo Testamento, a palavra grega, "hagios", é traduzida "santo" ou "santos". Ela é definida como sagrado, puro, sem culpa ou religioso, consagrado, santo. Um santo é aquele que é separado do pecado e, portanto, consagrado a Deus, sagrado. Sob a nova lei, é também aparente que santos freqüentemente são pessoas consagradas, vivendo na terra. Esse fato é, às vezes, mais difícil enxergar lendo a Bíblia em nossa própria língua, pois alguns tradutores interpretam a mesma palavra original de maneiras diferentes. A mesma palavra grega é traduzida por santos, fiéis, à santidade, anjos e cristãos. Embora os tradutores de Bíblias modernas utilizam palavras diferentes, os autores originais, guiados pelo Espírito Santo, usaram a palavra "santo" para descrever pessoas santificadas (fiéis, cristãos) vivendo na terra. Alguns dos lugares onde eles viveram foram Jerusalém, Lida, Acaia, Éfeso, Filipo, a casa de César, Colossos e Itália (Atos 19:13; Romanos 15:26; Atos 9:32; 2 Coríntios 1:1; Efésios 1:1; Filipenses 1:1; 4:22; Colossenses 1:2; Hebreus 13:24). Eles eram divíduos que podiam ser ministrados e serem equipados para ministrar a outros. O termo "santo" no Novo Testamento parece ser sinônimo de "cristão".

Resumo
Não há menção do processo de canonização ou beatificação nem no Velho, nem no Novo Testamentos. Também não há nenhum uso dos termos "santo" ou "beato" como títulos. A palavra "santo" era um termo descritivo.

Também não há exemplo de ninguém, na Bíblia, orando aos santos ou dando honra a eles, em particular ou em assembléia pública. De igual modo, o conceito de santos sendo habilitados a receber qualquer tipo de adoração não é encontrado nas Escrituras. De fato, essa prática é condenada. Quando Jesus estava sendo tentado pelo diabo, Satanás disse a Jesus que se prostrasse e o adorasse. Jesus replicou citando a Escritura do Velho Testamento que dizia para adorar e servir somente a Deus (Mateus 4:8-10; Lucas 4:6-8; Deuteronômio 6:13; 10:20).

A ideia de que santos são indivíduos que morreram e se tornaram especialmente qualificados para interceder pelos vivos também não é encontrada na Bíblia. Há, contudo, uma passagem nas Escrituras que mostra que os próprios santos estão necessitando de intercessão. Romanos 8:26 e 27 diz: "... mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que sonda os corações sabe quais são os desejos do Espírito, pois o Espírito intercede pelos cristãos de acordo com a vontade de Deus." As Escrituras indicam que Jesus e o Espírito Santo são capazes de fazer intercessão por nós junto ao Pai (Isaías 53:12; Romanos 3:34). Em Hebreus nos é dito que Jesus sempre vive para fazer intercessão pelo seu povo (7:25). Cristãos vivos devem orar uns pelos outros (Tiago 5:16; 1 Timóteo 2:1). A Bíblia não autoriza a prática de pedir que pessoas fiéis que viviam no passado intercedessem por nós.

Do mesmo modo, a idéia de santos padroeiros não é encontrada na Bíblia.

O conceito de santos da Igreja Católica não é algo que possa ser apoiado pelas Escrituras. Em nenhum lugar na Bíblia encontramos santos descritos como indivíduos que depois da morte são elevados a uma posição mais alta no reino. Eles são simples crentes fiéis. De acordo com as Escrituras, todos os que são seguidores de Deus são santos.

Transcrito de;
 
Católico Apostólico Cristão Sim. Católico Romano Não. 







***FRANCIS DE MELLO***