sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

"DEZ MINUTOS DE EXPLICAÇÕES DE FERNANDO PIMENTEL JUNTO A DILMA ROUSSEFF!


Pimentel explica nova denúncia em 10 minutos.


O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) reuniu-se no início da tarde de ontem, por cerca de dez minutos, com a presidente Dilma Rousseff, para explicar as novas denúncias surgidas na imprensa. Pimentel, pela primeira vez, apresentava-se abatido com o fato de continuar a ser atacado. O crescente desgaste do ministro já preocupa o Palácio do Planalto, mas auxiliares de Dilma insistem em dizer que ele continua desfrutando da confiança da presidente.
Ontem, Pimentel informou ao Planalto que conseguiu localizar o primeiro dono da empresa ETA Bebidas do Nordeste, que fica em Paulista, região metropolitana do Recife, com quem tinha tratado o serviço de consultoria. Segundo ele, o antigo dono mudou-se para os Estados Unidos e o novo proprietário não tinha conhecimento do contrato para elaboração de um estudo de mercado. Pimentel informou ainda que o antigo dono poderia ser contatado e confirmaria não só a prestação do serviço como o pagamento de R$ 130 mil.
Apesar de o bombardeio continuar, interlocutores da presidente tentam minimizar os fatos, justificando que 'ele está trabalhando normalmente' e que 'a vida segue'. Destacam, por exemplo, o fato de o ministro ter participado de reuniões no Planalto, em agendas previamente marcadas com Dilma. Primeiro, Pimentel participou de audiência com Dilma, ao lado do presidente do BNDES e, depois, ao lado do ministro das Relações Exteriores, quando discutiram problemas de comércio com a Argentina.
Para poder manter a conversa reservada com Pimentel, no entanto, Dilma avisou ao ministro para chegar mais cedo ao Planalto, pouco antes da audiência com o BNDES, para que eles pudessem conversar a sós. A persistência da imprensa em publicar novas matérias envolvendo Pimentel aumentou o nível de tensão no Palácio do Planalto.
Isso não significa, no entanto, que o Pimentel esteja com o pé fora do governo. A intimidade que ele desfruta com a presidente tem lhe facilitado a apresentação de explicações.
Mas o bombardeio e o abatimento que o ministro começa a apresentar são indicadores de que alguma coisa pode começar a mudar. Neste momento, no entanto, não há qualquer indício da saída do ministro do governo, embora o próprio Pimentel já tenha afirmado que 'tudo tem limite'.
Pimentel iria para a Argentina nesta quinta-feira. Mas, por causa das reuniões convocadas pela presidente, adiou a viagem para a manhã de hoje. O seu retorno, entretanto, não será com a presidente Dilma. Pimentel, que tem integrado praticamente todas as viagens da presidente ao exterior, não se juntará à comitiva da presidente na Argentina, regressando ao Brasil, hoje mesmo, no final do dia. 
Pimentel não tem mais sustentabilidade no cargo, com certeza este já estará fora do ministério, e, ainda nesta quinzena.



Enrolado mais que Linha em carretel





O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior chega ao fim da semana mais enrolado do que quando começou a se explicar sobre suas atividades como consultor no período entre o fim da gestão como prefeito de Belo Horizonte e a eleição de Dilma Rousseff.
Sobre o caso Fernando Pimentel incidem basicamente duas dúvidas: se houve tráfico de influência e qual a natureza precisa dos serviços prestados em consultoria.
Até agora nenhuma delas foi dirimida. Ao contrário: quanto mais o tempo passa, quanto mais se fala, mais aparecem novos aspectos, mais se complica a situação do ministro que à primeira vista não parecia assim tão complicada.
Hoje, a avaliação no governo e nos partidos aliados é a de que o cenário da fragilização de Pimentel está irremediavelmente posto. Alvo da desconfiança de ter sido favorecido e de ter favorecido empresários, perdeu as cordas vocais para atuar como interlocutor desse setor.
O fato de o governo ter orientado sua base parlamentar a rejeitar convocação do ministro para falar na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara não ajudou a desanuviar o ambiente.
Aqui, de novo, deu-se o oposto: alimentou-se a impressão de que o caso de Pimentel guarda desconfortável semelhança com o de Antônio Palocci.
O então chefe da Casa Civil resistiu por 23 dias sem informar o nome dos clientes, sendo protegido de todas as formas pela base governista. O titular do Desenvolvimento disse logo de início quem eram alguns de seus clientes, mas a julgar pelos detalhes que vão sendo revelados ao ritmo de conta-gotas, contou da missa menos da metade.
Se é verdade que desde o primeiro momento a presidente recomendou ao amigo transparência absoluta, não foi atendida.
Pego no exercício da meia-verdade, Fernando Pimentel deu início ao processo de sangramento. Sobre o destino dele existem duas versões. A mais fraca delas reza que estaria a salvo pelo fato de ser muito próximo à presidente, um nome - dos únicos, talvez o único - bancado por ela na composição do ministério.
A mais forte estima que exatamente por ser amigo de Dilma é que Pimentel tomará a iniciativa de sair tão logo chegue à conclusão de que já não dispõe de credenciais políticas e administrativas para continuar no cargo.
Não se deixaria crucificar por muito tempo em público porque, diferentemente de alguém como Carlos Lupi, tem uma reputação a zelar. Tem o que perder ficando além do aconselhável para si e para a própria presidente.
Nesse caso, a proximidade com Dilma funcionaria contra e não a favor da permanência.
Na encolha. Chama atenção nas hostes governistas e oposicionistas o silêncio do senador Aécio Neves sobre a crise ética que assola o governo e põe a presidente da República na contingência de se livrar de ministros praticamente à razão de um por mês, se considerarmos que a série foi aberta em maio por Antônio Palocci.
Em relação a Fernando Pimentel a explicação estaria na relação política que os dois construíram quando eram, respectivamente, prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas Gerais.
Mas, para quem no início da legislatura apresentou-se em discurso no Senado como o principal líder da oposição, a ausência de Aécio no embate - notadamente da tribuna que em tese serviria para dar densidade à postulação da candidatura a presidente em 2014 - causa estranheza.
Paralisante. Diagnóstico de ex-ministro, integrante do governo Lula: a paralisia da máquina administrativa deve-se às sucessivas crises nos ministérios, mas deve-se principalmente ao temperamento da presidente Dilma Rousseff, que inibe a atuação dos ministros.
Na Esplanada é geral o medo de falar e visível o temor de agir para não desagradar à chefia.
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***FRANCIS DE MELLO*** 

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