sábado, 21 de janeiro de 2012

"DILMA NÃO TEM CACIFE PARA FAXINA NA ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS"


Mesmo com troca de ministros, 2º escalão sofre pouca mudança.



Carlos Lupi foi um dos ministros que deixaram o governo Dilma. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Carlos Lupi foi um dos ministros que deixaram o governo Dilma
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A famosa faxina na Esplanada dos Ministérios no primeiro ano de mandato da presidente Dilma Rousseff parece não ter passado do primeiro escalão das pastas. As estruturas dos ministérios, com algumas exceções, mudaram muito pouco. Em alguns casos, ministros têm tido dificuldade de substituir secretários que têm padrinhos políticos importantes. Em outras ocasiões, a expectativa é que a reforma ministerial finalmente modifique a estrutura de cargos secundários nas pastas.
Em um ano de governo, Dilma demitiu sete ministros, seis deles por denúncias de corrupção. Em casos de escândalos que atingiram toda a pasta, houve uma substituição mais efetiva do segundo escalão. Nos demais, houve em média duas trocas, sendo que uma delas envolvia o chefe de gabinete, que naturalmente tende a ser alguém mais próximo ao ministro.
O Ministério do Trabalho, por exemplo, não fez nenhuma troca de secretários desde a saída de Carlos Lupi. A Defesa também não fez substituições, mas trata-se de um caso à parte, considerando-se que o ex-ministro Nelson Jobim foi demitido por criticar colegas, e não por suspeitas de deslizes.
Um caso curioso, que demonstra a dificuldade de mudanças, acontece no Ministério da Agricultura. O atual ministro Mendes Ribeiro trocou o secretário-executivo, alguns diretores e o diretor financeiro da Conab (olho do furacão que derrubou Wagner Rossi do comando da pasta), mas não conseguia tirar o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, do posto. Jardim, como Rossi, tem como padrinho político o vice-presidente Michel Temer, e isso vinha segurando ele no cargo.
Finalmente Mendes Ribeiro conseguiu transferi-lo para a superintendência do Ministério da Agricultura em São Paulo. Parte da façanha, no entanto, se deve ao fato de Jardim ter um "incêndio" para apagar em Campinas, onde o PMDB deverá lançar candidato próprio - Dário Saadi, ex-DEM - à prefeitura.
Um exemplo de troca mais substancial foi no Ministério do Esporte. Com as denúncias de convênios ilegais na pasta, o substituto de Orlando Silva, Aldo Rebelo, trocou o secretário-executivo (número dois na hierarquia de um ministério), o secretário nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão social, além de técnicos. Ainda está aberta a vaga da Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor desde que Alcino Reis pediu afastamento.
Transportes também é um exemplo de que a faxina chegou a setores mais secundários, mesmo porque, no episódio, a própria presidente Dilma Rousseff exonerou muitos funcionários. Foram quatro substituições, que deram à pasta um perfil mais técnico, a começar pelo novo ministro. Filiado ao PP - o mesmo de Alfredo Nascimento -, mas no cargo a contragosto do partido, Paulo Sérgio Passos sempre foi o preferido da presidente para o ministério.
A Casa Civil - que tinha no comando Antonio Palocci, primeiro a cair no governo Dilma - fez uma substituição de subchefe (cargo na pasta equivalente ao de secretário em outros ministérios). A mudança foi na Subchefia de Articulação e Monitoramento, hoje ocupada por Luis Antonio Tauffer Padilha.
A reforma ministerial promete mais mudanças, inclusive no segundo escalão. O PDT corre o risco de perder o Ministério do Trabalho e, se não tivesse falado demais, Lupi estaria no posto até a nova dança das cadeiras. Segundo interlocutores do Planalto, o ministério está com a estrutura intacta, porque a partir de fevereiro a mudança deverá ser mais radical.




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