domingo, 22 de janeiro de 2012

"VEJA O POSICIONAMENTO DO COMANDO DO PT EM RELAÇÃO AO PSD"


'Fizemos oposição ao prefeito até agora'


'O caminho de uma aliança com o Kassab neste momento é o mais fácil, mas não sei se é bom para o processo político que estamos iniciando.' Integrante do conselho político da pré-candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, o deputado Simão Pedro (PT) verbaliza a preocupação de setores do partido com a aproximação entre o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), e a direção petista, com vistas a uma possível aliança nas eleições na capital (no interior, as siglas já fecharam acordos).
Como o sr. avalia a possibilidade de aliança entre PT e PSD?
Acho que interessa ao PT e ao governo federal esse racha que houve aqui. A saída do Kassab do DEM, o enfraquecimento do DEM, o racha que houve na aliança em São Paulo (DEM-PSDB). Agora, fazermos uma aliança com o Kassab mesmo tendo o PT na cabeça de chapa, meu entendimento é que é ruim. Fizemos oposição ao Kassab até agora. Não à pessoa, mas ao governo. É um governo que desestruturou tudo aquilo que construímos durante a gestão da Marta (Suplicy, do PT). Ele esvaziou o papel das subprefeituras, a ideia de um governo local com mais poder de resolução dos problemas. A relação com os movimentos sociais e a sociedade civil foi muito ruim, de não diálogo. Na área da saúde, os conselhos, há muito enfrentamento. Na área de moradia. Temos políticas divergentes em relação ao centro da cidade de São Paulo, por exemplo. Acusamos alguns secretários do Serra de políticas higienistas. Em uma aliança teríamos que defender a gestão de ambos. Acho complicado para a candidatura do Haddad, que pretende ser uma candidatura de renovação. Neste momento essa aliança não é boa pro PT.
O próprio Haddad já usa o discurso da mudança.
Há um tom de crítica, de oposição. Acho também que o PT tem tudo, o apoio da figura do presidente Lula, a aceitação da presidente Dilma, cada vez mais crescente. O fato de termos governado São Paulo com marcas muito fortes. A própria candidatura do Haddad, que é uma candidatura nova, que dialoga com amplos setores, juventude, setor médio.
É também um cenário de baixa aprovação do prefeito.
O desgaste do Kassab, o enfraquecimento da aliança com o PSDB, a figura do Serra muito desgastada, com alta rejeição. É um cenário de uma probabilidade muito grande de o PT voltar ao governo. Há um processo de reorganização da nossa militância, com propostas concretas, um processo de mobilização da população. Nós mostramos que devolvemos esperanças de resgatar a cidade de São Paulo. O caminho de uma aliança com o Kassab nesse momento é o caminho mais fácil, mas não sei se é bom para o processo político que estamos iniciando.
Pode haver desgaste com a base do PT e a opinião pública?
Principalmente com a base do PT, que tem ligações com os movimentos sociais, que mobiliza, que fez oposição, que enfrentou e resistiu a todos os desmandos da administração Serra-Kassab. Por outro lado, vejo que a prioridade do Kassab é o apoio a uma candidatura do Serra, que não está descartada, embora esteja cada vez mais improvável.
O sr. apoiaria uma aliança com Kassab em segundo turno?
Segundo turno é diferente. Aí são duas forças políticas que vão se enfrentar e é o momento que elas já discutiram os programas, propostas, se afirmaram, se tornaram conhecidas. Aí um processo de aliança se dá em outras condições. Lógico que flexibiliza algumas coisas do programa, se assume compromissos também, mas em um outro patamar. Não discordo de fazermos aliança com o Kassab num segundo turno, que serve justamente pra isso. 



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***FRANCIS DE MELLO***

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