terça-feira, 24 de janeiro de 2012

ATAQUE DEIXA MAIS DEZ CRISTÃOS MORTOS NA NIGÉRIA"


Novo ataque contra cristãos deixa 10 mortos na Nigéria






















A violência continuou neste domingo na Nigéria com a morte de dez pessoas em um novo ataque contra os cristãos no norte, 48 horas depois de uma onda de ataques sangrentos que deixaram ao menos 166 mortos na cidade de Kano, a segunda maior do país, que contou com a breve visita do presidente, Goodluck Jonathan. Neste domingo, em Tafawa Balewa, Estado de auchi (centro-norte), assaltantes lançaram granadas artesanais em casas, surpreendendo os moradores adormecidos, segundo o líder da etnia Sayawa, a comunidade cristã atacada.
"Várias pessoas morreram nestas explosões, outras faleceram por tiros de armas automáticas enquanto saíam precipitadamente", disse o responsável, que acusou os Hausa-Fulani, etnia muçulmana, pelo ataque. "Na troca de tiros que se seguiu, um policial, um soldado e oito civis não identificados morreram, atingidos por balas perdidas", afirmou Mohammed Barau, porta-voz da polícia, à AFP, acrescentando que seis suspeitos tinham sido detidos.
A cidade de Tafawa Balewa está situada na linha de divisão entre o norte, majoritariamente muçulmano, e o sul, cristão. Em 2011, confrontos sectários deixaram pelo menos 35 mortos, com mesquitas e casas queimadas. Este novo incidente contra cristãos ocorre menos de 48 horas após uma espetacular série de ataques coordenados em Kano, segunda maior cidade do país, reivindicados pelo grupo islamita Boko Haram, e que deixaram ao menos 166 mortos e mais de 50 feridos, segundo uma organização de ajuda humanitária.
A cidade recebeu a breve visita, neste domingo, do presidente Goodluck Jonathan, que enfrenta a maior crise de seu governo, provocada pela série de ataques reivindicados pelos islamitas. "Um ataque terrorista contra uma pessoa é um ataque contra todos nós", afirmou Jonathan, enquanto inspecionava os locais que foram alvo da violência e após se reunir com o líder muçulmano da cidade, o emir Ado Bayero. Jonathan prometeu ampliar a segurança nacional.
As autoridades, que decretaram um toque de recolher total nesta cidade, aliviaram essa medida neste domingo, levando em conta o "relativo regresso à calma". O toque de recolher estará em vigor agora do início da noite ao amanhecer. As ruas da cidade seguiam amplamente desertas esta manhã, apesar da suspensão parcial do toque de recolher.
Muitos policiais e militares estavam mobilizados nas praças estratégicas e em postos de controle instalados nas principais avenidas. Segundo diversas fontes na presidência e no governo, o presidente Goodluck Jonathan era esperado no local neste domingo à tarde. Um porta-voz do grupo islamita Boko Haram reivindicou os ataques de Kano a um jornal local, explicando que o grupo atuou em represálias após a rejeição do governo de libertar vários de seus membros atualmente presos.
Pelo menos oito locais da cidade sofreram ataques coordenados, segundo a polícia: delegacias da polícia e serviços de imigração, assim como a residência de um funcionário da polícia. Cerca de 20 explosões foram ouvidas. Esta maneira de operar é relativamente comum no Boko Haram. Alemanha, Grã-Bretanha e França condenaram firmemente estes ataques.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também repudiou as ações, dizendo-se "horrorizado" com a onda de ataques sangrentos em Kano, afirmou seu porta-voz neste domingo. Ban "condena, nos termos mais enérgicos, os ataques coordenados ocorridos na cidade de Kano, causando muitas mortes e destruição", afirmou Martin Nesirky em comunicado difundido na noite de sábado.
"O secretário-geral está horrorizado com o número e a intensidade dos recentes ataques na Nigéria, que mostram um desprezo inaceitável pela vida humana", destacou. Ban expressou, ainda, sua "solidariedade" com o governo e o povo nigeriano e pediu que seja celebrada "uma investigação rápida e transparente".
O Boko Haram (grupo cujo nome significa "A educação ocidental é um pecado") reivindicou diversos ataques, incluindo o atentado suicida cometido em agosto de 2011 contra a sede da ONU em Abuya, que deixou 25 mortos. Recentemente, o grupo reivindicou também uma série de atentados contra igrejas cristãs, como o cometido no Natal, com um saldo de 49 mortos. Em 31 de dezembro, após a onda de ataques atribuída ao Boko Haram, Jonathan impôs um regime de urgência em algumas regiões do norte do país, mas Kano ficou de fora das áreas cobertas.



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***FRANCIS DE MELLO***

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