domingo, 15 de janeiro de 2012

"GOVERNO FEDERAL NÃO SABE QUANTIFICAR AO CERTO AS PESSOAS DESAPARECIDOS COM AS CHUVAS


O número de casos de desaparecimento de pessoas no País é muito maior do que estimam o governo e entidades civis organizadas. Um levantamento inédito, junto a 19 estados, para identificar o tamanho desse problema revelou números alarmantes: em 2011, uma pessoa desapareceu no Brasil, em média, a cada 11 minutos. Foram 141 por dia e, ao todo, 51.703 mil casos registrados em delegacias de polícia. Para as estimativas oficiais, eles seriam cerca de 40 mil por ano.
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No próximo mês, o cadastro nacional de pessoas desaparecidas completará dois anos do seu lançamento e, apesar de todas as promessas feitas pelo governo federal na época, o sistema, até hoje, não entrou em operação e o Ministério da Justiça sequer tem conhecimento de quantos são os casos de crianças e adultos nessa situação.
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Para ter uma ideia de como o assunto tem sido tratado pelo governo, a mais recente iniciativa nessa área ocorreu em 2002, com a criação de um site para divulgar fotos e dados de desaparecidos. A página não é atualizada há pelo menos dois anos, e hoje tem 557 casos.
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Na esfera estadual o descaso não é diferente. Oito estados não apresentaram dados sobre esse tipo de ocorrência, revelando uma situação de total descontrole no trato da questão. Foram eles: Ceará, Alagoas, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Paraíba e Rondônia.
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Isso significa que o número de desaparecidos no País é ainda maior do que os 51.703 - isso sem falar dos casos que não foram registrados.
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Estatísticas confiáveis sobre o índice de casos solucionados não existem. Estima-se que cerca de 80% das pessoas acabam retornando para casa, seja de forma voluntária ou encontradas.




A falta de investigações e de ações integradas dentro dos estados e em âmbito nacional é apontada por entidades ligadas à causa como o principal entrave para a solução dos casos mais complicados. Não é raro uma criança que teve seu desaparecimento registrado pela família na delegacia ficar meses num abrigo público e a polícia desconhecer, mesmo assim, o seu paradeiro por não haver troca de informações entre as áreas do governo.

Se o desaparecido deixar seu estado de origem, então, as chances de localização tornam-se ainda mais reduzidas. Apesar de ter havido um lançamento em fevereiro de 2010 pelo governo federal do cadastro nacional de pessoas desaparecidas, não há hoje nenhum sistema integrado e público em funcionamento que possa ajudar nas buscas.

Em novembro, o Diário do Nordeste publicou uma série de reportagens mostrando o cenário dos desaparecidos no Estado. Na reportagem, segundo dados da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa) em 2011, foi registrado o desaparecimento de 75 adolescentes. Além desses jovens, segundo o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) desapareceram 10 adultos e um idoso.


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***FRANCIS DE MELLO***

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