sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

"EX-DEPUTADO TALVANE SE DIZ INOCENTE; MAS TINHA CERTEZA QUE SAIRIA PRESO DO JULGAMENTO"


'Eu sabia que ia sair preso daqui', diz ex-deputado.

 



O depoimento mais aguardado na fase de interrogatórios dos réus no julgamento do assassinato da deputada alagoana Ceci Cunha e de três familiares, que ocorre desde ontem (segunda-feira) na sede da Justiça Federal em Alagoas, em Maceió, foi o mais longo de todos.
Após 4 horas e 20 minutos, o ex-deputado Talvane Albuquerque Neto, acusado de ser o mandante do crime, alegou não ter motivos para assassinar a ex-colega de Câmara. Disse, ainda, que não era amigo de Ceci, mas que mantinha com ela uma relação de respeito. "Depois da campanha de 1998, ela parou de me cumprimentar, mas essas coisas são normais. Essas intriguinhas, tão comuns na política, jamais seriam motivo para um crime desses."
O ex-deputado também pediu "critério" aos jurados. "Tenho 55 anos e uma condenação dessas, no meu caso, é prisão perpétua", alegou. "Peço que os senhores jurados tenham critério para analisar (as provas)." 




Sem demonstrar nervosismo, o médico e ex-deputado alagoano Talvane Albuquerque Neto disse ter recebido "com tranquilidade" a condenação e a pena por ter sido considerado o mandante do assassinato da deputada Ceci Cunha e de três familiares.

"Eu sabia que ia sair preso daqui, por causa de toda a repercussão do crime, mas já entramos com recurso", disse Talvane, ainda antes de deixar, preso, a sede da Justiça Federal em Alagoas, em Maceió, onde o julgamento foi realizado. "Nada está definido, ainda. Agora, é deixar os advogados trabalharem e aguardar."
O ex-deputado diz que nunca pensou em não comparecer ao julgamento e que não há motivos para arrependimentos em suas ações. "Nunca fugi de nada, para um filho é melhor um pai preso do que um pai ausente", alegou. "Não tenho do que me arrepender, porque não fiz nada. Sou inocente e vou provar." Já o advogado de defesa de Talvane, Welton Roberto, disse que esperava a absolvição do cliente, mas que a condenação não chegava a ser surpresa. "Mostramos que o deputado é inocente, mas havia uma pressão grande pela condenação", afirma. 


Acusados já haviam negado participação em chacina



Os cinco acusados de matar a deputada Ceci Cunha e três familiares no episódio conhecido como Chacina da Gruta, em dezembro de 1998, em Maceió, alegaram inocência nos interrogatórios a que foram submetidos, entre ontem (segunda-feira) e hoje, durante o julgamento do caso. Em longos depoimentos ao juiz federal André Luís Maia Tobias Granja, que preside o julgamento, o ex-deputado federal Pedro Talvane Luis Gama de Albuquerque Neto, apontado pelo Ministério Público Federal como mandante da chacina, e os acusados da execução, Alécio César Alves Vasco, Jadielson Barbosa da Silva, José Alexandre dos Santos e Mendonça Medeiros da Silva deram álibis para o momento do crime. 

De acordo com os testemunhos, todos estavam em Arapiraca, a 128 quilômetros da capital alagoana, ou seguindo para a cidade no momento da chacina. Os dois acusados que deram depoimentos gravados à Polícia Federal - as imagens foram mostradas no julgamento -, confessando participação no crime, José Alexandre e Mendonça, alegaram que foram torturados pelos agentes para confessar. Mendonça disse ter sofrido até violência sexual, com um cabo de vassoura.

Três dos acusados, José, Mendonça e Jadielson, choraram nos depoimentos. Jadielson, único que foi identificado pela sobrevivente da chacina e irmã de Ceci Cunha, Claudinete Santos Maranhão, disse que ela foi “muito irresponsável” ao apontar para “um inocente”. 
“Vamos demonstrar que tudo foi uma armação para incriminar o deputado”, garante o advogado de Albuquerque, Welton Roberto. “A polícia achou, por comodidade, por ele ser o primeiro suplente, que ele era o culpado.”

Talvane Albuquerque foi apontado como principal suspeito do crime por ter herdado, com o assassinato, a vaga de Ceci na Câmara dos Deputados. A deputada, que havia sido recém-reeleita pelo PSDB, foi morta no dia de sua diplomação, 16 de dezembro. Ela havia sido a terceira mais votada da coligação. Albuquerque, do então PFL (atual DEM), obteve 24.609 votos não foi reeleito. Foi o décimo mais votado, o primeiro suplente naquela eleição.









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***FRANCIS DE MELLO***

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