terça-feira, 10 de janeiro de 2012

"APOSENTADO E PENSIONISTAS SE PREPARAM PARA ENTRAR NA JUSTIÇA"


Reajuste de 6,08% revolta aposentados



A correção de 6,08% das aposentadorias e pensões para quem ganha acima de um salário-mínimo gerou revolta entre os beneficiários, especialmente para os que recebiam pouco mais que o piso. Quem ganhava entre R$ 545 e R$ 587 viu sua renda mensal ser reduzida ao mínimo, vigente desde janeiro em R$ 622. É o caso de 300 mil beneficiários em todo o País, segundo a Previdência.
O aposentado José da Silva Barbosa, 77 anos e que recebe apenas um salário, vende picolés na frente do INSS para complementar a renda. "Assim, vou me mantendo", diz.
"Tem que fazer das tripas coração com tão pouco", completa outro aposentado, Asnobre Roque Andrade, 87 anos, que ganha dois salários. Ele faz parte do grupo que recebe acima do piso, portanto, reajuste de 6,08%. O teto será de R$ 3.916,20, ante os R$ 3.691,74 vigentes. O aumento não oferece ganhos reais; trata-se apenas da inflação acumulada no ano passado pelo INPC, índice usado pela Previdência para calcular os reajustes. Contudo, a inflação oficial, medida pelo IPCA - que engloba alimentação, Educação, Saúde, transporte e outros custos - foi de 6,5% em 2011. Neste caso, o aposentado amarga com reajuste que não cobre sequer o aumento oficial dos preços.
Acima do INPC também ficou o reajuste dos planos de saúde, de até 7,69%, em julho. A aposentada Adelaide de Sousa, 72 anos, cuja renda de um salário não cobre todas as despesas, recebe ajuda da filha, empregada doméstica.
NA JUSTIÇA
A indignação com a perda do poder de compra foi tanta que o diretor da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Luis Antônio Rodrigues, garantiu que vai mobilizar os demais órgãos representativos da classe a fim de recorrer à Justiça contra o reajuste, que considera incompatível com a Constituição. "Será uma forma de pressionarmos a presidente. A Justiça não pode ser conivente com esse salário", sustenta.
Aposentados pediam alta baseada no INPC mais 80% do PIB do ano passado, o que significaria reajuste de 12%. "Essa política de aumentos está levando os aposentados ao salário-mínimo em cinco anos."
BENEFÍCIOS NA REGIÃO
Segundo o INSS, foram pagos R$ 482,052 milhões a 449,119 mil beneficiários no Grande ABC, em dezembro. Santo André soma 134,721 mil deles (R$ 146 milhões), seguida de São Bernardo, com 131,764 mil beneficiários (que recebem R$ 151 milhões); 56,7 mil em Diadema (R$ 52,7 milhões); além de 54 mil em Mauá, totalizando R$ 52,1 milhões, mais 49,2 mil em São Caetano - montante de R$ 57,6 milhões -, Ribeirão Pires (19,3 mil beneficiários e R$ 19,5 milhões em pagamentos) e Rio Grande da Serra, com 3.300 dependentes recebendo R$ 2,8 milhões.
Previdência divulga nova tabela de salário-contribuição
A Previdência também corrigiu as faixas para contribuição ao INSS, segundo portaria publicada ontem no Diário Oficial da União. Nela, o reajuste também seguiu a inflação medida pelo INPC, de 6,08%.
Irão contribuir com 8% da renda mensal trabalhadores que recebem até R$ 1.174,86. Já pessoas com renda entre R$ 1.174,87 até R$ 1.958,10 vão ceder 9%, Para empregados com renda entre R$ 1.958,11 e R$ 3.916,20, o valor concedido ao INSS será de 11%. No entanto, os novos valores valerão apenas para fevereiro e a trabalhadores empregados, domésticos e avulsos.
Os recolhimentos de janeiro seguem a tabela anterior, de 8% para ganhos até R$ 1.107,52; de 9% para salários entre R$ 1.107,53 e R$ 1.845,87, e de 11% para os que ganham entre R$ 1.845,88 e R$ 3.691,74.


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***FRANCIS DE MELLO***

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