terça-feira, 15 de novembro de 2011

(31º Presidente) "RELEMBRE OS PRESIDENTES DE 122 ANO DE REPÚBLICA"






José Sarney

O mais antigo parlamentar do Congresso contemporâneo teve uma posse presidencial conturbada, já que restavam dúvidas sobre quem deveria vestir a faixa reservada a Tancredo Neves, cuja morte por diverticulite foi anunciada oficialmente em 21 de abril de 1985. O apoio do general Leônidas Gonçalves, que seria ministro do Exército de Tancredo, pesou a favor de Sarney contra Ulysses Guimarães, então presidente da Câmara. A hiperinflação iniciada no governo Figueiredo se acentuou na administração de Sarney, que lançou o Plano Cruzado, determinando o congelamento geral de preços por um ano e um mecanismo de reajuste automático de salários. O sucesso inicial do plano logo deu lugar a uma crise de abastecimento e o retorno da inflação, que, sem ser controlada pelo Plano Cruzado II, levou à moratória. Os planos Bresser e Verão repetiriam os fracassos de seus antecessores, e Sarney encerra seu mandato com uma inflação de 86% ao mês.

Em que pese a debilidade amargada pelas finanças do País na gestão Sarney, a redemocratização foi conduzida com êxito, primeiro com eleições municipais em 1985, depois com a promulgação da Constituição de 1988 e, finalmente, com as primeiras eleições presidenciais diretas desde Jânio Quadros. 

Curiosidade: Em 1966, quando de sua posse como governador do Maranhão, Sarney pediu ao amigo e cineasta Glauber Rocha que filmasse o evento, de que resultou o documentário de curta-metragem Maranhão 66, que intercala o discurso do político eleito e imagens da fome e da miséria no Estado. Parte dessas imagens seria utilizado por Glauber no aclamado Terra em Transe.
Foto: Portal Brasil / Divulgação
Ficheiro:Mário Soares e José Sarney 1988.jpg
José Sarney foi eleito vice-presidente da República por via indireta na chapa deTancredo Neves, superando a dupla Paulo Maluf-Flávio Marcílio. Assumiu a presidência interinamente em 15 de março de 1985, diante do adoecimento de Tancredo Neves. Com o falecimento de Tancredo em 21 de abril, tornou-se o titular do cargo de presidente da República.
Sua posse foi tensa pois havia dúvidas constitucionais sobre se era Sarney ou o presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães, quem deveria assumir a presidência da República. Foi decisivo para sua posse o apoio do general Leônidas Pires Gonçalves indicado por Tancredo Neves para Ministro do Exército que apoiou a posse de Sarney.
Seu mandato caracterizou-se pela consolidação da democracia brasileira, mas também por uma grave crise econômica, que evoluiu para um quadro de hiperinflação histórica e moratória.
Também se notabilizaram as acusações de corrupção endêmica em todas as esferas do governo, sendo o próprio Presidente José Sarney denunciado, embora as acusações não tenham sido levadas à frente pelo Congresso Nacional. Foi período entre 1987 a 1989, que eclodia a crise política, aliada à crise econômica. Foram citadas suspeitas de superfaturamento e irregularidades em concorrências públicas, como a da licitação da Ferrovia Norte-Sul, que voltou ser construída a partir de 2004, no Governo Lula.

O Plano Cruzado

Na área econômica, o governo Sarney adotou uma política considerada heterodoxa. Entre as medidas de maior destaque estão o Plano Cruzado, em 1986: congelamento geral de preços por doze meses, e a adoção do "gatilho salarial" (reajuste automático de salários sempre que a inflação atingia ou ultrapassava os 20%).
O Plano Cruzado a princípio teve efeito na contenção dos preços e no aumento do poder aquisitivo da população. Milhares de consumidores passaram a fiscalizar os preços no comércio e a denunciar as remarcações, ficando conhecidos como "fiscais do Sarney".
No decorrer do ano o Cruzado foi perdendo sua eficiência, com uma grave crise de abastecimento, a cobrança de ágio disseminada entre fornecedores e a volta da inflação. O governo manteve o congelamento até as eleições estaduais de 1986, tentando obter os maiores dividendos políticos possíveis do plano.

Moratória e novos planos econômicos

A estratégia eleitoral rendeu ao PMDB sucesso nas eleições de governador em 22 dos 23 estados brasileiros. A economia, no entanto, não resistiu ao controle estatal sobre a inflação, ao mesmo tempo em que o governo não era capaz de conter gastos. Foi lançado o Plano Cruzado II, sem que a situação melhorasse. Esse processo culminou com a decretação da moratória, em 20 de janeiro de 1987, decisão considerada controversa.
Sucederam-se os Planos Bresser e Verão, sem sucesso no combate à escalada inflacionária. No fim do governo Sarney, o Brasil mergulha numa crise: entre fevereiro de 1989 e março de 1990, a inflação chega a cerca de 86% ao mês ou 2.751% ao ano. Foi nessa situação que ele entregou seu governo ao seu sucessor Fernando Collor de Mello.

Eleições e Constituinte

Sarney notabilizou-se pela sua condução do processo de redemocratização do país. Em 1985 realizaram-se as primeiras eleições diretas para prefeito das capitais em vinte anos. Meses antes foram legalizados os partidos políticos até então clandestinos e extinta a censura prévia.
Em 1986 ocorreram as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, a qual promulgou uma nova constituição em 5 de outubro de 1988.
Foram realizadas eleições diretas para Presidente da República em 1989, as primeiras em 29 anos. José Sarney foi sucedido na Presidência por Fernando Collor de Mello, que apesar de ter feito campanha em franca oposição ao governo federal, foi seu aliado em tempos idos.

Escrito por;

***FRANCIS DE MELLO***

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