terça-feira, 8 de maio de 2012

"A APEVISA, AGENCIA PERNAMBUCANA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA DECLARA CLINICA COMO CULPADA NO CASO QUE PACIENTES CEGOS!"


PE: clínica que deixou pacientes cegas tinha água contaminada.








A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) apresentou nesta terça-feira o resultado da investigação feita no Instituto da Visão de Pernambuco, em Caruaru, 130 km do Recife. Foram encontradas 54 irregularidades em todos os setores da clínica privada, com destaque para a estrutura física inadequada, má esterilização de materiais cirúrgicos e contaminação da água utilizada.
No dia 26 de março, quatro mulheres que realizaram cirurgia de catarata na clínica desenvolveram inflamação do globo ocular (endoftalmite bacteriana aguda) e ficaram cegas. A inflamação foi causada pela bactéria Serratia marcescens, do grupo dos coliformes. De acordo com o relatório da Apevisa, toda água do instituto, inclusive a do bloco cirúrgico, era contaminada por bactérias do mesmo grupo das que causaram a cegueira das pacientes.
O gerente-geral da Apevisa, Jaime Brito, evitou taxar como causa da inflamação que levou à cegueira a presença de água contaminada por bactérias na clínica oftalmológica. No entanto, classificou a relação como "provável".
Além da água contaminada, os técnicos da Apevisa constataram falta de barreiras médicas. "Só deve entrar no bloco cirúrgico quem estiver com roupa e equipamento adequados, como jaleco e luvas. Isso não acontecia lá", relatou a médica infectologista da agência Ana Paula Henriques.
Ela também citou que a Central de Material e Esterilização não atendia à legislação e apresentava inadequações no cruzamento e no fluxo dos materiais, além da ausência de áreas imprescindíveis ao processo. O fluxo é fundamental para que o material que retornou da sala de cirurgia não tenha contato com o material esterilizado. "Pode-se dizer que a esterilização da clínica era irregular".
O bloco cirúrgico da clínica foi fechado em caráter preliminar, com prazo inicial de 90 dias, no dia 30 de março. Em 11 de abril, o Instituto de Visão recebeu uma infração. Os responsáveis médicos se defenderam, formalmente, e seus argumentos serão analisados pela Apevisa, explicou Jaime Brito. "O processo poderá ser arquivado ou a clínica receber uma penalidade, que vai da advertência à interdição definitiva. Além disso poderá pagar uma multa com valor estipulado entre R$ 2 mil e R$ 1 milhão", disse o gestor da Agência.
Em outra esfera institucional, a Apevisa encaminhou o relatório a todos os órgãos que instauraram processo para apurar o caso, como a Polícia Civil de Pernambuco, o Ministério Público Estadual e a vigilância sanitária de Caruaru, responsável pela fiscalização sanitária do Instituto de Visão de Pernambuco. A Vigilância Sanitária também oferecerá o relatório às vítimas, para que queiram ingressar na Justiça, e ao Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe). Polícia, promotores e vítimas tratam o fato como crime.
O Instituto de Visão de Pernambuco espera a divulgação do relatório da Apevisa no site da agência para poder se manifestar, adiantou a assessoria de comunicação da clínica.







***FRANCIS DE MELLO***

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