BA: em cartazes, PMs grevistas sugerem 'omissão' no Carnaval.
Grevistas chamam de herói um dos líderes do movimento, Marco Prisco.
Poucos minutos antes da assembleia da categoria, que será realizada na tarde desta sexta-feira, em Salvador (BA), integrantes do movimento grevista da Polícia Militar da Bahia colaram cartazes nos muros do Sindicato dos Bancários, local da reunião. Com mensagens que recomendam "corpo mole" e "omissão" durante o Carnaval, os grevistas manifestaram apoio ao líder do movimento preso, Marco Prisco, chamado de "herói".
As mensagens nos cartazes atacavam ainda o governador Jaques Wagner e seu partido, o PT. "Por que o assassino terrorista Cesare Batiste (SIC) foi anistiado pelo governo do PT e este governo do PT não quer anistiar Prisco (...)", dizia o manifesto. Inicialmente prevista para ter início às 16h, a assembleia desta tarde deve votar a continuidade ou não da greve que paralisa policiais desde o dia 31. A mensagem faz uma apologia ao político Antonio Carlos Magalhães, dizendo que a Bahia "estava melhor" em seu governo.
Mais cedo, o comandante da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, disse que iria cortar o ponto dos grevistas. "A partir de hoje, a ausência ao trabalho não vai ser mais vista como adesão ao movimento grevista. A ausência está sendo vista como uma falta ao serviço, que, se confirmada, será punida com o rigor da lei", disse. De acordo com ele, 85% do efetivo já está trabalhando no Estado.
A greve
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro, quando os grevistas acamparam em frente à Assembleia Legislativa em Salvador e posteriormente ocuparam o prédio. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento.
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro, quando os grevistas acamparam em frente à Assembleia Legislativa em Salvador e posteriormente ocuparam o prédio. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento.
A paralisação provocou uma onda de violência na capital e região metropolitana, dobrando o número de homicídios em comparação ao mesmo período do ano passado. Além de provocar o cancelamento de shows e eventos, a ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.
A paralisação busca reivindicar a criação de um plano de carreira para a categoria, além do pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.
O Executivo estadual solicitou o apoio do governo federal para reforçar a segurança. Cerca de 3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos, sendo que destes quatro foram cumpridos.
Em 9 de fevereiro, Marco Prisco, um dos líderes do movimento grevista, foi preso após a desocupação do prédio da Assembleia. A decisão ocorreu um dia depois da divulgação de gravações telefônicas que mostravam chefes dos PMs planejando ações de vandalismo na capital baiana. Um dos trechos mostrava Prisco ordenando a um homem que ele bloqueasse uma rodovia federal.
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