quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

"CASO ELOÁ E O ACUSADO LIDEMBERG; JURADOS TEM TAREFA DIFÍCIL "


Júri responde a 49 questões para decidir futuro de Lindemberg.




Julgamento acontece no Fórum de Santo André, no ABC Paulista. Foto: Mauro Horita/Terra
Julgamento acontece no Fórum de Santo André, no ABC Paulista
Foto: Mauro Horita/Terra


Os sete jurados que participam do julgamento de Lindemberg Alves Fernandes, responderão nesta quinta-feira a 49 perguntas elaboradas pela juíza Milena Dias, sobre os 12 crimes pelos quais o réu é acusado - entre eles o assassinato de Eloá Pimentel e a tentativa de homicídio contra Nayara Rodrigues. Mais cedo, a promotora Daniela Hashimoto e a advogada Ana Lúcia Assad defenderam suas teses por cerca de três horas, mas a promotora dispensou réplica e encerrou os debates. A sentença deve sair ainda hoje.
Enquanto respondem aos questionamentos, os jurados ficarão confinados em uma sala secreta, no Fórum de Santo André, para onde foram levados por volta das 15h40 - não há um prazo para que a votação termine.
Os jurados deverão responder apenas com as palavras "sim" ou "não", e não podem se comunicar uns com os outros. O papel com as respostas será depositado em uma urna.
Somente após a votação do júri, com as respostas dos jurados em mãos, a juíza vai elaborar a sentença e decidir a pena do réu, que será divulgada em seguida no plenário do fórum. Ao todo, são 12 séries de perguntas, uma para cada crime de que ele é acusado.
A primeira série é sobre o homicídio de Eloá Pimentel:
1) A vítima sofreu disparo de arma de fogo?
2) O réu foi o autor do disparo?
3) Foi por imprudência?
4) O jurado absolve o réu?
5) Foi por motivo torpe (por vingança)?
6) O crime foi praticado mediante recurso que dificultou defesa da vítima?
A segunda é em relação à tentativa de homicídio contra Nayara:
1) A vítima sofreu disparo de arma de fogo?
2) O réu foi autor do disparo?
3) Foi tentativa de homicídio?
4) O jurado absolve o réu?
5) Foi por motivo torpe (por vingança)?
6) o crime foi praticado mediante recurso que dificultou defesa da vítima?
A terceira série refere-se à tentativa de homicídio contra o sargento Atos Valeriano, da Polícia Militar:
1) A vítima sofreu disparo de arma de fogo?
2) O réu foi autor do disparo?
3) Foi tentativa de homicídio?
4) O jurado absolve o réu?
5) Ele atirou para assegurar a prática de outros crimes?
São mais cinco séries de perguntas sobre o cárcere privado de Eloá, Iago Vilela, Victor Lopes e Nayara - no último caso, são duas séries de perguntas iguais, pois Nayara voltou ao cárcere após ter sido solta:
1) A vítima foi privada de sua liberdade, ficando em cárcere privado?
2) O réu foi responsável pelo cárcere privado?
3) O jurado absolve o réu?
4) A vítima era menor de idade?
Sobre os quatro disparos de armas de fogo - são quatro séries de perguntas, uma para cada disparo:
1) Houve disparo de arma de fogo em lugar habitado?
2) O réu foi autor do disparo?
3) O jurado absolve o réu?

A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.
Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.
Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.




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***FRANCIS DE MELLO***

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