quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ex-comandante de UPP no Rio recebia R$ 15 mil de traficante, diz PF

Traficante Peixe pagava propina semanal 


a capitão, aponta investigação.


Operação da Polícia Federal 


prendeu ex-comandante, 



soldado e mais 9.




Apreensão no Morro do Dezoito (Foto: Janaína Carvalho/G1)Mais de 330 kg de maconha foram apreendidos na
operação da PF (Foto: Janaína Carvalho/G1)

A Polícia Federal (PF) informou, na tarde desta quinta-feira (16), que escutas telefônicas revelaram conversas entre o ex-comandante da UPP no Morro do São Carlos, capitão Adjaldo Luís Piedade, e o traficante Sandro Amorim, conhecido como Peixe. Segundo investigações, o criminoso pagava propina semanal de R$ 15 mil diretamente ao PM.
As descobertas foram feitas durante investigação da PF sobre a existência de tráfico de drogas no Morro do São Carlos, no Estácio, na Zona Norte do Rio. Onze pessoas foram presas, incluindo o ex-comandante da UPP no morro e o soldado da PM Alexandre Duarte, da UPP da Coroa/Fallet/Fogueteiro, que na época das investigações atuava na UPP do São Carlos. Ainda de acordo com a PF, eles já foram denunciados por tráfico e associação para o tráfico.
"A relação de promiscuidade e de amizade entre o ex-comandante e o traficante Peixe foi o que mais surpreendeu a equipe", afirmou o delegado João Luiz Caetano de Araújo, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da PF, acrescentando que o capitão comandou a UPP do São Carlos de fevereiro a novembro de 2011.
O traficante Peixe atuava no Morro de São Carlos, antes de ser pacificado. Segundo a polícia, ele é um dos principais comparsas do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, apontado como o chefe do tráfico da Rocinha antes da ocupação pelas forças policiais, em novembro de 2011. Peixe foi preso dias antes da ocupação, ao tentar fugir da comunidade da Zona Sul do Rio, quando era escoltado por policiais.
Na “Operação Boca Aberta”, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque, o Batalhão de Operações Especiais, o GAM (Grupamento Aéreo e Marítimo) e com o SAER (Serviço Aeropolicial) e deflagrada na quarta-feira (15), foram apreendidos mais de 330 kg de maconha, 107 frascos de lança-perfume, além de material para a endolação de drogas, um carregador de fuzil, 115 munições, radiotransmissores e uma balança de precisão. Ainda segundo a PF, umaação realizada no dia anterior no Morro do 18, em Água Santa, no subúrbio do Rio, também fez parte da operação.





Segundo a polícia, foram expedidos 19 mandados de prisão, sendo 11 já cumpridos, e seis mandados de busca e apreensão no Morro do São Carlos.
A operação foi resultado de dez meses de investigação feita pela DRE da Polícia Federal e se iniciou após o recebimento de denúncias da existência pontos de venda de drogas no morro.
Ainda de acordo com a PF, em desdobramento da operação, policiais militares do 14º BPM (Bangu) prenderam dois homens portando uma pistola calibre 380 com numeração raspada. Segundo a polícia, eles são oriundos do Morro do São Carlos.
Exclusão 


O subsecretário de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Rio, Fábio Galvão, informou que o ex-comandante da UPP deve ser excluído da PM, depois de submetido a um conselho e a um processo no Tribunal de Justiça. O mesmo deve acontecer com o soldado, com um trâmite mais rápido do que o do oficial.
O subsecretário disse que o capitão Adjaldo foi afastado da UPP no Morro do São Carlos tão logo a secretaria foi informada pela PF das investigações que apontavam o envolvimento do oficial com o tráfico. "Houve o afastamento para não macular o projeto da UPP, que é prioritário para o estado", declarou.
Pacificação


O Morro do São Carlos foi pacificado em fevereiro de 2011, mas a 17ª UPP só foi inaugurada no dia 17 de maio. Ela atende a comunidades com 17 mil habitantes. A unidade conta com 250 policiais, sendo 51 mulheres - o maior contingente feminino dentre as UPPs.



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***FRANCIS DE MELLO***

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