MG: operação da PF prende casal por fraude de até R$ 10 milhões.
A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira um casal suspeito de provocar prejuízo de aproximadamente R$ 10 milhões a bancos e instituições financeiras de Juiz de Fora, em Minas Gerais. De acordo com a PF, a dupla teve a prisão preventiva decretada pela 3ª Vara Federal e foi detida nesta segunda durante a Operação Beirute. A ação foi deflagrada a partir das 5h30 em parceria com a Receita Estadual. O homem, um libanês que vive há 16 anos no Brasil, foi ouvido e encaminhado ao Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp). A mulher, após prestar depoimento, seguiu para a penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora.
Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em cinco lojas de acessórios, enxoval e vestuário na região central da cidade mineira e na casa do casal, localizada em um condomínio de luxo na Cidade Alta, região nobre de Juiz de Fora. Na casa, foram recolhidos mais de cem documentos, entre cartões de crédito e talões de cheques com nomes falsos, além de R$ 156 mil em dinheiro que estavam enterrados em um vaso de plantas na área de lazer da residência.
De acordo com as investigações, o casal abria empresas a partir da utilização de documentos falsos e praticavam diversas fraudes no comércio e no sistema bancário. Eles abriam as lojas, não pagavam os fornecedores, quebravam e abriam outro estabelecimento com outro nome e outra razão social. Apesar de ainda não ter uma noção do valor real do prejuízo em relação aos fornecedores, a estimativa é de que o faturamento mensal de apenas duas das lojas dos criminosos gire em torno de R$ 100 mil.
A denúncia que originou a investigação, iniciada há um mês, foi feita pela Caixa Econômica Federal, que suspeitou de falsidade ideológica no momento da abertura de uma conta corrente e encaminhou representação à PF. Há indícios de que os crimes venham sendo praticados há pelo menos oito anos na cidade. Um terceiro comerciante, também de origem libanesa, será ouvido hoje.
A previsão é de que a investigação seja concluída em 30 dias. A PF já solicitou a quebra de sigilo bancário dos correntistas que irá mostrar o valor real da fraude juntos aos bancos. Existem suspeitas de remessa de dinheiro para o Oriente Médio, por meio de agendas com miolo falso, utilizadas para camuflar o volume das notas enviadas, em dólar. Também foram apreendidos celulares, um notebook, dois veículos e a escritura da casa e carnês de IPTU com nomes falsos.
O casal deverá responder por estelionato, uso de documentação falsa, crime contra o sistema financeiro, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, ameaça e crime eleitoral, pelo uso de títulos de eleitor falsos.
***FRANCIS DE MELLO***
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