Haddad: cobrar apoio de Dilma é 'constrangimento desnecessário'.
Embora Haddad seja o candidato de Lula, aliados do governo pressionam Dilma a ficar longe dos palanques
Foto: Edson Lopes Jr./Terra
Foto: Edson Lopes Jr./Terra
O pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que irá respeitar a decisão da presidente Dilma Rousseff, caso ela queira permanecer neutra durante as eleições municipais. Segundo o ex-ministro da Educação, cobrar o seu apoio agora seria um "constrangimento desnecessário", pois o petista concorre com pré-candidatos de partidos da base aliada do governo federal.
"Nós temos que ter muito respeito pela decisão que a presidenta Dilma tiver. (...) Ela que tem que julgar a oportunidade, o alcance de sua participação nas eleições municipais", afirmou. "Se eu disser pelo quê estou torcendo, eu vou causar um constrangimento desnecessário", completou, em entrevista concedida após visitar o bairro de Jaçanã, na zona norte da capital paulista.
Embora Haddad seja o candidato escolhido pelo ex-presidente Lula para concorrer à sucessão municipal, e não haja dúvidas em relação ao apoio de Dilma, aliados do governo pressionam a presidente para que ela fique longe dos palanques. Em entrevista ao Terra pela manhã, o pré-candidato do PMDB (partido do vice-presidente Michel Temer), deputado Gabriel Chalita, disse acreditar que a presidente não se envolverá nas eleições municipais em respeito aos partidos da base que contarão com candidatos próprios. Além do PMDB, o PRB e o PCdoB também possuem pré-candidatos à prefeitura e são da base do governo federal.
Apesar de evitar pressioná-la, Haddad afirmou que Dilma está "animada" com a "perspectiva de renovação" da gestão municipal. "Ela é uma pessoa muito animada com a perspectiva na cidade de São Paulo. Ela entende que é importante esse sopro novo, essa renovação em São Paulo", afirmou.
Críticas a Kassab e votos para Serra.
Após conversar com eleitores da zona norte, Haddad voltou a criticar a gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD), a quem acusou de ter "abandonado" o projeto de expansão dos corredores de ônibus. "Por que abandonou esse investimento? Só porque é uma marca da administração anterior (da ex-prefeita Marta Suplicy)?", questionou.
O petista também propôs aumentar a parceria com o governo federal para construir mais casas populares - outro projeto que a gestão atual teria deixado de lado, segundo ele. "Você não tem ritmo de entrega (de casas populares) por falta de projetos de moradia", avaliou.
Por fim, ao ser questionado sobre seus votos para o rival José Serra (PSDB), que completa 70 anos hoje, Haddad desejou-lhe "felicidades", demonstrando surpresa com a pergunta. "(Votos) De felicidades, ué! Só desejo saúde e felicidades para todo mundo!".
***FRANCIS DE MELLO***
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