Presidente em exercício, Marco Maia 'tira onda' no Planalto.
Presidente da Câmara se mostra à vontade ao assumir interinamente a Presidência da República pela terceira vez
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Com "gabinete maior e café melhor", o presidente da República em exercício, Marco Maia (PT-RS) está mais que a vontade à frente do Executivo, segundo relataram vários interlocutores que se reuniram com ele ao longo do dia. Esta é a terceira vez que ele ocupa o posto, com Dilma Rousseff e Michel Temer fora do País, e é a vez que ele mais terá tempo para esquentar a cadeira presidencial - três dias, contando a partir da noite de domingo.
A sindicalistas, Maia brincou com sua origem metalúrgica, comparando sua passagem momentânea pelo Planalto à trajetória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Está virando moda essa história de metalúrgico virar presidente", disse às gargalhadas.
Marco Maia é o presidente da Câmara dos Deputados e, por isso, o segundo na linha sucessória presidencial. Em dezembro do ano passado, ele ficou à frente do Planalto por duas vezes.
Em um dia como presidente, Maia incluiu na agenda 11 compromissos oficiais, que vão de simples audiências de meia hora de duração a café da manhã com o líder do governo na Câmara, almoço com parlamentares da oposição e evento externo noturno promovido por prefeitos. Feito raro até para Lula, que tinha uma agenda mais dinâmica que a de Dilma.
Apesar de não tomar decisões de peso, aliados aproveitam para "tirar casquinha" da interinidade de Maia para conseguir audiências. Em um dia só ele recebeu três prefeitos de municípios do interior do Rio Grande do Sul. Também recebe nesta tarde um deputado federal e outro estadual - todos gaúchos.
"Não é a primeira vez que ele ocupa a Presidência. Está ótimo no cargo", elogiou o prefeito de Bagé (RS), Dudu Colombo (PT). Ele participou de uma audiência para entregar um plano específico para cidades fronteiriças. A audiência foi marcada com apenas um dia de antecedência. Mesmo assim, Colombo não quis declarar que tenha sido favorecido pela presença do amigo no comando da República.
Outros interlocutores brincavam antes de entrar para audiências com Maia, sugerindo que conseguiriam avanços em reivindicações que Dilma dificilmente cederia. "Vamos ferrar com a Dilma. Quando ela voltar, o pau já quebrou", brincou um dos interlocutores antes de entrar para uma audiência. O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), conhecido como Paulinho da Força, brincou também com as demandas sindicais. "Vamos conseguir aprovar o fim do fato previdenciário, as 40 horas semanais", disse em tom bem humorado, fazendo referência a demandas recorrentes do setor.
***FRANCIS DE MELLO***
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