terça-feira, 12 de junho de 2012

"O GOVERNADOR DE GOIÁS 'MARCONI PERILLO (PSDB)' NEGA ENVOLVIMENTO COM O BICHEIRO CACHOEIRA, E AUTORIZA AUDITORIA NOS CONTRATOS DO SEU GOVERNO"



Perillo se diz injustiçado e nega relação próxima com Cachoeira.











Marconi Perillo depõe como testemunha à CPI do Cachoeira. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Marconi Perillo depõe como testemunha à CPI do Cachoeira
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado


O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirmou nesta terça-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira ser "vítima de uma grande injustiça, originada por ataques odiosos e sem limites, que se manifestam ora de forma velada, mas dura; ora de forma pública, sutil, mas sorrateira". Para Perillo, as denúncias contra seu nome partem de "ilações, suposições, exageros e com informações descontextualizadas". Aos membros da comissão, ele negou ter mantido relações "de proximidade" com o contraventor Carlinhos Cachoeira, destacando que há apenas uma ligação sua ao bicheiro registrada pela Polícia Federal, para parabenizá-lo pelo seu aniversário.

Assistido por seu advogado, o governador falava na condição de testemunha. Era grande a presença de parlamentares na sala da CPI, com alguns deputados acompanhando a reunião de pé.
Perillo começou afirmando ser "vítima dos acontecimentos deflagrados pela Operação Monte Carlo, por fatos distorcidos" e prometendo "a verdade dos fatos". "Desde o início me ofereci para depor nesta CPI", lembrou.
Na ocasião da ligação a Cachoeira, o governador afirmou que é público em Goiás que ele liga para pessoas influentes na sociedade nos aniversários. Perillo disse que telefonou para um Cachoeira não contraventor, e sim "empresário que atuava no setor de produção de medicamentos".
O tucano se esforçou para mostrar que não havia influência de Cachoeira em nomeações no seu governo. Disse que dos 160 mil funcionários públicos goianos, apenas seis são citados como "protegidos da organização (de Cachoeira)".
O governador ainda classificou de "irresponsáveis" as citações de seu nome nas gravações telefônicas da PF. Ele negou também ter relações com Wladimir Garcez, apontado como operador do esquema do contraventor. Para ele, os parceiros de Cachoeira, entre eles Garcez, usavam seu nome para "demonstrar prestígio para seu chefe". Para Perillo, eles tentavam mostrar um suposto relacionamento com o governante, como forma de garantir trânsito e parecer íntimos. "Alguns sequer entraram em Palácios, mas afirmam que são íntimos. Mas nada, reafirmo, nada se concretizou", disse.
Ao citar as acusações de que a polícia goiana teria facilitado os negócios do bicheiro, Perillo ressaltou as apreensões de máquinas caça-níqueis, logo após a proibição desse tipo de jogo. "A apreenção de máquinas caça-níques aumentou 114% durante o meu governo, foram 2.560 máquinas recolhidas." "Não tem propina no meu Estado", enfatizou o governador, desafiando para que seja feita auditoria nos contratos do governo goiano.
Carlinhos Cachoeira 

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.
Com informações da Agência Senado.













***FRANCIS DE MELLO***

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