SÃO PAULO - Campeão da Libertadores com o Internacional em 2006, com boa atuação nas finais, e autor do passe do gol de Liedson, o último do time na conquista do Brasileiro de 2011, o experiente meia Alex, de 30 anos, espera repetir a fama de decisivo para ajudar a "acabar com a sina e escrever o nome do Corinthians na história". Ciente de que não será fácil, ele falou com exclusividade ao Estado como o time deve se portar para não ser surpreendido pelo Boca Juniors, quarta-feira, no Pacaembu. "Não será fácil, vamos ter de sofrer sim, vai ter de ter sacrifício, doação... Mole, mole não vai vir, a gente não vai ganhar de qualquer maneira, tem de jogar muito futebol para vencer."
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Ernesto Rodrigues/AE - 19/5/2012
Alex espera repetir a fama de 'decisivo' contra o Boca
Como que o Corinthians deve jogar na quarta-feira para entrar para a história?Jogar o que vem jogando, o que fez até aqui, não tem como mudar. Tentar ainda fazer melhor do que fez lá na La Bombonera, porque agora são só 90 minutos, se tiver prorrogação, aumenta o tempo. Acho que cabe ao time botar para fora todo o seu potencial, para que realmente essa história seja escrita de forma positiva.
É o jogo para dar a vida em campo?Vai continuar sendo. Da maneira que a gente vem se entregando não tem como falar que vai fazer mais ou menos, é buscar fazer o que a gente tem capacidade e depois ir para casa e dormir tranquilo.
Pensa em prorrogação?A gente vai estar preparado para tudo, a preparação envolve tudo, decisão sempre é difícil, detalhe. Olhamos tudo que é situação para não ter surpresa.
No Brasileiro (penúltima rodada, no 1 a 0 sobre o Figueirense), você fez a jogada do gol do título, marcado pelo Liedson. Espera ser decisivo novamente?É sempre bom, mas independentemente de quem seja, acho que todo mundo dá sua contribuição decisiva, seja para fazer um desarme, para dobrar a marcação e ajudar um companheiro. Nesse nível de solidariedade que a gente tem, acaba todo mundo vencendo. Não importa quem vá fazer o gol, quem vá dar o passe, o importante é o Corinthians vencer.
Você já ganhou a Libertadores com o Inter em 2006. Isso te deixa mais tranquilo?
Você fica "pilhado" igual. É óbvio que vai vivendo coisas na vida que vão te acostumando mais, que te deixam sabendo que sua rotina não tem de mudar, mas ao mesmo tempo a cidade fica assim, onde você vai o pessoal só fala nisso. Por um lado é bom para deixar todos alertas. Mas é só fazer uma preparação bem feita. A boa preparação vai fazer a diferença.
Você fica "pilhado" igual. É óbvio que vai vivendo coisas na vida que vão te acostumando mais, que te deixam sabendo que sua rotina não tem de mudar, mas ao mesmo tempo a cidade fica assim, onde você vai o pessoal só fala nisso. Por um lado é bom para deixar todos alertas. Mas é só fazer uma preparação bem feita. A boa preparação vai fazer a diferença.
Como está sendo esse contato com os torcedores?Está bem bacana, superpositivo, uma força impressionante. Um respeito que a gente conseguiu conquistar, e todo mundo muito ansioso, querendo que seja confirmado realmente, sabendo da dificuldade, mas querendo que confirme, para acabar com essa sina e ter uma história maior ainda do que o Corinthians já tem.
Você completou um ano no clube. Qual a importância dele na sua vida?Muito grande, porque passar pelo Corinthians não é fácil. Então, em um ano, essa possibilidade de ser campeão brasileiro e agora disputando o título da Libertadores é algo honroso.
O time leva alguma vantagem por decidir no Pacaembu?Acho que não, é tudo muito igual. É óbvio que o torcedor vai nos ajudar, o que é normal no Pacaembu com o corintiano, mas o equilíbrio é muito grande. O Boca é frio, experiente, calejado, com jogadores que já ganharam Libertadores. Entendemos lá na Bombonera o que é jogar contra o Boca. Quem não tinha jogado ficou com uma noção mais clara de que realmente não será fácil, vamos ter de sofrer sim, vai ter de ter sacrifício, doação, senão... Mole, mole não vai vir, a gente não vai ganhar de qualquer maneira, tem de jogar muito futebol para vencer.
O Boca assusta mesmo?Não assusta, ele merece nosso respeito por toda história, pela equipe que tem, e no momento de decisão todo mundo que chega tem seu mérito. O Boca fora de casa já ganhou título de Libertadores em cima de brasileiros. Então, esse respeito faz com que a gente se prepare cada vez mais para não ter nenhum tipo de surpresa. Você está atento a todo tipo de lance do jogo para eles não te pegarem desprevenido, de repente fazer um placar que fique irreversível. Não temos de buscar nada de qualquer maneira, precisamos ter paciência, mesmo forçando para buscar resultado, com uma consistência e consciência muito grandes.
A equipe viu a força, mas também os defeitos do Boca...Também tem esse lado. E outra, primeira decisão, toda essa pressão que se vive aqui pelo título da Libertadores do Corinthians, o que é natural, para o segundo jogo o time vai um pouco mais leve. O segundo jogo nosso sempre acabou sendo melhor que o primeiro, pelo menos os eliminatórios. E quem sabe se repita de novo? A gente tem de fazer por merecer e vai ser uma grande final, especial.
É hora de acabar com as piadinhas dos rivais, como você fez no Internacional?É a libertação também. Estou definindo essa palavra porque com certeza vai ser outro clube, o torcedor vai ter algo muito mais leve para enxergar daqui para a frente. O caminho muda muito depois de uma conquista como essa, se ela acontecer. Tenho certeza de que o orgulho, que já é grande, ficará ainda maior e obviamente todas as musiquinhas, as piadinhas, se a gente confirmar, terão de ser outras. E a gente quer acabar com isso.
É diferente com Internacional e Corinthians?Não, tem algo semelhante por serem clubes centenários. Por mais que tenham torcidas, as grandezas dos clubes, é difícil ficar comparando. Um está no Sul, outro no centro do País, mas têm coisas semelhantes que fazem o torcedor merecer muito um título como esse. É difícil você ver os seus adversários tendo algo que você ainda não conseguiu ganhar, mesmo com essa grandeza toda. Vamos fazer de tudo para conquistar e acabar com isso.
O que pode dar de contribuição?Acho que posso ajudar como todo mundo, passando um pouco da experiência que já vivi, trocando ideias com o pessoal, já que todos têm alguma coisa para dar. Hoje estou bem experimentado para dar minha contribuição. E, se cada um jogar o que pode, tenho certeza de que o resultado vai ficar muito perto de acontecer.
Já pensou que pode ser eternizado na história do clube?Agora é para cravar, para todo mundo, uma grande oportunidade e tem de tentar não deixar passar. Não se sabe quando pode vir outra oportunidade dessas novamente, de estar num grupo desses. No futebol, muda muita coisa de um ano para o outro, muda às vezes espírito, e você não tem como explicar. Hoje temos a faca e o queijo na mão, por ter pessoas, um amigo do seu lado para ajudar.
Muitos reclamavam que o time só vencia por 1 a 0. Hoje é o que todos querem. Como explicar?O futebol é eficiência, muita gente quer ver goleadas, mas você não conquista nada dessa maneira. Não adianta, num Campeonato Brasileiro de 38 rodadas, você ganhar 20 de 5 a 0 e no final não ficar com o título. Que vantagem vai ter nisso? Futebol é baseado em conquistas, e aquele que conquista é melhor, independentemente se faz menos e toma menos gols, depende de sua eficiência entre defesa, meio-campo e ataque.
Quando o Corinthians percebeu que podia chegar?No começo do ano a gente já conversava e comentava que nosso grupo tem muito esse espírito de Libertadores, essa competitividade, a vontade de vencer, de não se entregar nunca, de vender caro uma derrota.
O Corinthians está pronto?Preparado, a gente fala preparado. O pronto a gente deixa um pé atrás porque, quando se enfrenta rival de qualidade sempre pode ter uma surpresa, e a gente não quer isso.
***FRANCIS DE MELLO***
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