terça-feira, 28 de maio de 2013

"MOMENTOS DE UMA DESPEDIDA"




No momento de uma despedida sempre nos é cruciante. 

MOMENTO DE UMA DESPEDIDA.
Por; Mirian Souza.







Se por um instante Deus esquecesse de que somos uma marionete de 
pano e nospresenteasse com mais um pouco de vida ao vosso lado, possivelmente não diríamostudo o que pensamos, mas definitivamente pensaríamos em tudo o que dissemos.Por tanto, pensando no que dissemos, fizemos e sentimos, percebemos que osmomentos de história que realizamos juntos foram mais grandiosos do que pequenos. Trabalhamos, mas também rimos muito, e podemos dizer que se Deus nos concedessemais um pouco de vida ao vosso lado, morreríamos de tanto rir.Neste momento palavras perdem o sentido diante das lágrimas contidas na saudadesque irei sentir, mas sorriso é o que vos demonstrarei neste instante por ser o motivodeste até logo, a realização de mais uma vitória nas nossas vida.Sempre há um amanhã e a vida nos dá sempre mais uma oportunidade para fazermosas coisas bem, e temos que aproveitar cada oportunidade, por isso sei que tenho que ir,mas ficarei torcendo pelo vosso sucesso hoje e sempre. Que façam mais históriasmaravilhosas, mágicas e intensas como foi a nossa.Brevemente será a última vez que verei as pessoas com quem convivi e trabalhei,
Queninguém fique triste perante uma despedida. Uma despedida é, sempre, necessária para nosvoltarmos a encontrar... e um reencontro, depois de um momento ou depois de toda uma vida, éalgo inevitável, se formos amigos de verdade...Cada vez que nos despedimos de alguém que nos é querido, faz-se noite no nosso coração esempre que um reencontro acontece, de novo se faz dia; o Sol volta a brilhar como se essa pessoafosse imprescindível para que haja diferença entre o dia e a noite...É na agonia de uma despedida, quando forçosamente esse momento acontece, é nesse instanteque percebemos a profundidade dos nossos sentimentos, o valor de uma amizade...Se fossemos capazes de saber quando e onde uma despedida deixa de ser uma ausência e o vaziodeixado pela partida é preenchido pela presença daquele que partiu, a despedida seria menosdolorosa... assimilaríamos a emoção da despedida, não como um fim mas sim, como o princípio dodesejado reencontro...Muitas pessoas já passaram pela minha vida e na minha vida... umas cruzaram-se comigo e nuncamais soube delas, ou porque a vida não nos permitiu estreitar laços ou porque simplesmente poucose manifestou em comum para que de novo nos cruzássemos... outras há que (poucas, devoacrescentar), se o destino existe e partindo do princípio que cada um de nós tem o seu traçado, quiso dito que cruzassem a minha vida e na minha vida ficassem... Essas, são aquelas que muito maisque meros seres humanos com quem tive o privilégio de partilhar momentos, sentimentos, sorrisos elágrimas... são aquelas que entraram no meu coração e aí permanecerão... são elas, os meusamigos...Não me despeço dos meus amigos porque na realidade, ainda que na sua ausência física, elesestarão, eternamente, comigo... As recordações constroem um caminho que chega até ao meucoração e permitem-me que os sinta, aos meus amigos, sempre, muito perto de mim, mesmo quena realidade estejamos distantes... Nunca deixo que as pessoas que me são queridas partam...levo-as comigo onde quer que vá, no meu pensamento.

Por Mirian Souza, em sua partida da Europa/Portugal Rm regresso para o Brasil.

Uma despedida nos é sempre algo que requer muita força de vontade em conhecer algo novo, por este motivo é que muitas são as vezes que somos forçados pela lei de sobrevivência. A procura pelo melhor nos obriga a deixarmos muita coisa boa que no momento não está sendo tão bom assim, contudo, sentimo-nos como que forçados a renunciar o que levamos tempo para conquistar, mas que no momento não está sendo tão interessante como no princípio. Daí a necessidade em se fazer uma despedida que muitas foram as vezes que em que nos pegamos a pensar sobre isso. Porém, no entusiasmo de melhorias para um futuro próximo nos fizemos de esquecidos que um dia teríamos de enfrentar tal momento. 
No ano de 2003, esta despedida foi muito mais penosa que a que está sendo agora, claro que o amor pelo lugar, pessoas, amigos, trabalho, vida afetiva, dentre outras coisas a faz deixa esta maravilhosa crônica. 
O que me resta neste momento é registrar suas palavras neste humilde blog, e lhe desejar que seu regresso seja oportuno para uma nova etapa de vida aqui em seu país mais próximo aos seus.






***FRANCIS DE MELLO***

sábado, 25 de maio de 2013

"O BRASIL ESTÁ PRESTES À ENTRAR EM UMA GRANDE RECESSÃO"




O Brasil está prestes à entrar numa recessão de dar medo!


O governo Sarney (1985-1990) ficou marcado na história da República brasileira como o governo da “década perdida”, em decorrência do inexpressivo crescimento econômico do período. Herdando as consequências do esgotamento das políticas econômicas da ditadura militar e das crises mundiais da década de 1970, o objetivo principal de seu governo foi conciliar a reformulação das instituições políticas em um sentido democrático representativo e de encontrar soluções para manter uma estabilidade econômica. A expressão deste último ponto pode ser encontrada nas consequências de seus planos econômicos.
O principal desafio do primeiro governo da “Nova República” era conter a inflação dos preços, que em 1985 chegou a 235% ao ano. A solução encontrada pela equipe econômica formada por Sarney encontra-se no “Plano Cruzado”, anunciado em fevereiro de 1986, cujas principais medidas eram: congelamento de preços; substituição da moeda corrente do país, do cruzeiro para o cruzado (daí o nome do plano); gatilho salarial, uma medida de aumento dos salários toda vez que a inflação atingisse 20% ao mês.
Inicialmente, o Plano Cruzado teve sucesso, garantindo à população uma melhoria nas condições de vida, e por outro lado trazendo popularidade ao presidente, que além de transformar a população em “fiscais” de preços, conseguiu uma expressiva vitória eleitoral em 1986.
A melhora das condições foi efêmera, pois já nos últimos meses de 1986 havia falta de mercadorias nas prateleiras, empresários conseguiam burlar as tabelas de preços e vender por preço maior (ágio), falta de carne em face da recusa dos pecuaristas em vender pelos preços tabelados.
Frente a esta situação, Sarney foi obrigado a buscar apoio político entre os grupos conservadores do país para a aprovação de novos planos econômicos (Plano Cruzado II em 1986, Plano Bresser em 1987, Plano Verão em 1989), com o objetivo de controlar os gastos públicos, conter a forte inflação e renegociar a dívida externa.
Uma nova moeda surgiu, o Cruzado Novo, mas as medidas não foram suficientes para a estabilidade econômica, já que não houve mudanças estruturais na economia, e em março de 1990 a inflação alcançou o recorde 84,23% ao mês e um índice acumulado nos doze meses anteriores de 4.853,90%.
A bem da verdade sabemos que esse governo entrou num ritmo de queda e destruição da economia do país, onde levou os brasileiros a viver apenas da especulação inflacionária, ou seja, mais de 60% da classe média viviam de pequenos negócios. Como: comprar e vender bens naturais, casas, terrenos, carros e outro, Mas o que mais deixou o povo mal acostumado foi o investimento ocioso de suas rendas e até da venda de imóveis para se poupar, pois com uma inflação bem acima dos 80%.
Oras, essa mascara que deixara o Brasil se afundar foi tão danificador que Levou muitos brasileiros ao ponto mais cruciante da história. Não bastasse isso, esse caus levou a população a acreditar numa promessa deslavada de Fernando Collor de Mello fazendo-o presidente da Republica na Eleição de novembro de 1989.
Após quase trinta anos sem eleições diretas para Presidente da República, os brasileiros puderam votar e escolher um, entre os 22 candidatos que faziam oposição ao atual presidente José Sarney. Era novembro de 1989. Após uma campanha agitada, com trocas de acusações e muitas promessas, Fernando Collor de Mello venceu seu principal adversário, Luís Inácio Lula da Silva.
Collor conquistou a simpatia da população, que o elegeu com mais de 42% dos votos válidos. Seu discurso era de modernização e sua própria imagem validou a ideia de renovação. Collor era jovem, bonito e prometia acabar com os chamados “marajás”, funcionários públicos com altos salários, que só oneravam a administração pública.
Sua primeira medida, ao tomar posse no dia 15 de março de 1990, foi anunciar seu pacote de modernização administrativa e vitalização da economia, através do plano Collor I, que previa, entre outras coisas:

- Volta do Cruzeiro como moeda;
- Congelamento de preços e salários;
- Bloqueio de contas correntes e poupanças no prazo de 18 meses;
- Demissão de funcionários e diminuição de órgãos públicos;

O objetivo deste plano, segundo Collor, era conter a inflação e cortar gastos desnecessários do governo. Porém, estas medidas não tiveram sucesso, causando profunda recessão, desemprego e insatisfação popular.
Trabalhadores, empresários, foram surpreendidos com o confisco em suas contas bancárias. O governo chegou a bloquear em moeda nacional o equivalente a oitenta bilhões de dólares.
O governo Collor também deu início às privatizações das estatais e à redução das tarifas alfandegárias. Com produtos importados a preços menores, a indústria nacional percebeu a necessidade de se modernizar e correr atrás do prejuízo. O que na verdade não aconteceu como programado, fazendo assim com que Collor decidisse implantar seu mais novo pacote econômico já com sei meses depois do primeiro, Collor lançou um segundo plano, o Collor II, que também previa a diminuição da inflação e outros cortes orçamentários. Mas, novamente, não obteve êxito e só fez aumentar o descontentamento da população, fazendo assim com que seu prestígio começasse a ruir. O que fez com que a  ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, não suportar a pressão e em maio de 1991 veio a pedir demissão do cargo. Em seu lugar, assumiu Marcílio Marques Moreira, até então embaixador do Brasil, em Washington que na circunstância em que estava o país não lançou nenhuma medida de impacto. Sua proposta era liberar os preços e salários gradualmente, porém não teve bons resultados, fazendo assim o país entrar num caos total, o que o levou a renuncia, depois da câmara dos deputados tentar sua cassação.
Itamar Franco foi empossado Presidente da República em outubro de 1992, após a renúncia de Fernando Collor, que enfrentava um processo de impeachment. Vice-presidente à época, o mineiro de Juiz de Fora governou de 1992 a 1995, período que ficou conhecido como “República do Pão de Queijo”.
Seu principal legado está ligado ao Plano Real, um pacote de medidas econômicas que vinha na esteira de outros planos apresentados anteriormente, nos governos de Sarney e Collor, com o intuito de controlar a inflação e estabilizar a economia. Diferentemente dos demais, o Plano Real entrou em vigor em março de 1994 respaldado por Medida Provisória, garantindo assim um aparato legal inexistente anteriormente.
A equipe que elaborou o Plano Real era formada por economistas oriundos da PUC do Rio de Janeiro, sendo alguns formados nos Estados Unidos, e tinha como coordenador Fernando Henrique Cardoso (FHC), sociólogo nomeado ministro da Fazenda por Itamar Franco em maio de 1993.
O objetivo do plano era criar condições para enfrentar a inflação, principalmente através do controle cambial, e garantir condições para o investimento de capitais estrangeiros para recuperar a economia nacional. Durante a transição do cruzeiro para o real (a nova moeda), seria utilizada a Unidade Real de Valor (URV), um indexador cuja função era corrigir diariamente os preços até a adoção da nova moeda. Podendo se dizer assim que a nova moeda seria vinculado ao dólar onde a emissão de novas quantidades estariam condicionado ao volume de moeda estrangeira guardado nos cofres do Banco Central do Brasil, o que inicialmente valia apenas noventa centavos de Real.
Em razão disso, as principais consequências destas medidas ficaram por conta do controle da inflação; do aumento dos investimentos de capital estrangeiro, em razão dos altos juros praticados no país; e a maior abertura da economia às importações, estimulando a concorrência produtiva da indústria nacional com o mercado externo. Essa medida adotado no governo de Itamar Franco fez com que o país viesse se inserir com mais profundidade na globalização econômica, tomando assim um novo rumo às medidas neoliberais que seriam adotados no governo seguinte como as privatizações de empresas estatais e diminuição da intervenção do Estado na economia. 
Em primeiro de julho de 1994 passou a vigorar a nova moeda do país, o Real. O Banco Central fixou uma paridade entre o Real e o Dólar, a fim de valorizar a nova moeda. Um Real era o equivalente a Um Dólar.
O Plano Real animou empresários e a população, e impulsionou o consumo interno. Mas o que era festa, virou preocupação para o governo. Com o consumo em alta, temia-se a volta da inflação. 
O então ministro da Fazenda acabou por se tornar o Salvador da pátria, o que o levou a se candidatar para a próxima gestão governamental levando-o à uma vitória já no primeiro turno.
F H C tomou posse em primeiro de janeiro de 1995, sucedendo ao presidente Itamar Franco. Com o sucesso da nova moeda, a principal preocupação era controlar a inflação. Para isto, o governo elevou as taxas de juros da economia, outra iniciativa de destaque de Fernando Enrique foi privatizar empresas estatais, como a Vale do Rio Doce e Sistema Telebras. Enfrentou muitas críticas de vários setores da sociedade, principalmente de partidos de oposição, como o PT (Partido dos Trabalhadores).
Surgiram muitas denúncias relacionadas às privatizações, de favorecimentos para determinadas empresas internacionais na compra das estatais. Porém, não impediram o plano do governo de levantar verbas para promover as reformas necessárias no plano político.
Em 1997, foi aprovada pelo Congresso uma emenda constitucional permitindo a reeleição para cargos executivos: Presidente da República, Governadores e Prefeitos. Manobra política que beneficiaria FHC nas eleições de 1998.
Outra vez o governo foi acusado de corrupção, por compra de parlamentares em troca do voto favorável à proposta de reeleição. A oposição instalou CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as denúncias. Mas Fernando Henrique e aliados conseguiram abafar o caso.
Calcado na estabilidade econômica e controle da inflação, Fernando Henrique conseguiu se reeleger, em 1998. Disputou a eleição e venceu novamente no primeiro turno. 
No entretanto, seu segundo mandato começou em meio a crises. O país estava mergulhado em uma recessão econômica. Para controlar a inflação, as medidas desestimularam o consumo interno e, consequentemente, elevaram o desemprego.
Para piorar, uma crise internacional atingiu o Brasil no início de 1999. Os investidores, receosos, tiraram bilhões de dólares do Brasil. Não houve como manter a paridade Dólar/Real. O governo foi obrigado a desvalorizar a moeda e também recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional). Com os empréstimos do FMI em mãos, teve de adotar um rígido controle sobre os gastos públicos, diminuir investimentos públicos e elevar ainda mais as taxas de juros.
no ano de 2001, FHC se embrenhou em uma crise dentro do Governo em que t
rês Senadores da base aliada foram desmascarados com uma série de denúncias e acabaram renunciando ao mandato, são eles: Jader Barbalho, Antonio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda. 
Neste mesmo ano ocorreu o famoso "apagão". Episódio este que levou o país a uma crise nacional no fornecimento e distribuição de energia elétrica, obrigando a população a reduzir seus gastos de energia. 
Durante o segundo mandato, FHC somente “administrou” as crises em seu governo, as quais desgastaram profundamente sua popularidade. Em 2002, houve eleições presidenciais, mas poucas vezes Fernando Henrique apareceu ao lado do candidato do governo, José Serra.    
De acordo com estudiosos da economia brasileira, o período de junho de 2003 a julho de 2008 foi a fase de maior expansão para a economia brasileira das últimas três décadas, indica estudo divulgado nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Nesses cinco anos, a indústria se expandiu, as vendas do comércio registraram alta e a geração de emprego e renda cresceram. A análise foi realizada pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos, coordenado pelo ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, e teve participação de mais seis economistas.

'Era Lula' foi a melhor fase da economia brasileira dos últimos 30 anos, diz FGV.

Segundo o estudo, que considerou dados a partir de 1980, o bom desempenho da economia começou seis meses após a posse do presidente Lula e se prolongou por 61 meses. O segundo melhor período foi entre fevereiro de 1987 e outubro de 1988, na gestão do ex-presidente José Sarney.
O menor período recessivo, de acordo com o levantamento, foi também no governo atual e durou seis meses: de junho de 2008 a janeiro de 2009, quando o país conviveu com a recessão. Mesmo sendo menos afetado do que outros países, o Brasil sofreu nesse período reflexos da crise financeira internacional.
O maior intervalo de baixo desempenho, classificado de recessivo, por se estender por meses seguidos, ocorreu entre junho de 1989 e dezembro de 1991, prolongando-se até janeiro de 1992, num total de 30 meses. Essa fase crítica começou em meio à campanha pela primeira eleição direta para a Presidência da República depois do regime militar (1964-1985).
De acordo com o estudo, nas três décadas analisadas, o Brasil passou por oito ciclos de negócios entre intervalos de fases boas e ruins. Os períodos recessivos duraram, em média, 15,8 meses e os de expansão, 28,7 meses.
Economistas apontam o mercado de trabalho como uma das principais faces da expansão econômica da Era Lula. Além do recorde no emprego, a renda do trabalhador vem crescendo a uma média de 5% ao ano, já descontada a inflação.
“O movimento se intensificou a partir de 2005, com queda do desemprego, aumento do emprego formal e maior poder de compra”, diz Cimar Azeredo, gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE.
Segundo ele, o nível de desemprego caiu 45% nos últimos oito anos e as oportunidades são cada vez mais dominadas por pessoas de maior escolaridade, um efeito “positivo” e que demonstra a “qualificação” do mercado.
A participação dos trabalhadores com mais de 11 anos de estudo saiu de 16% do total em 2001 para 46% em 2009.
“Estamos vivendo um mercado vigoroso, sem picos”, diz Azeredo.
Crescimento econômico
Por trás da expansão do emprego e da renda está um crescimento econômico que, apesar de alguns percalços, está acima da média do país, considerando a inflação sob controle.
Nos oito anos da Era Lula, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu a uma média anual de 4%, enquanto nos oito anos anteriores essa expansão foi de 2,3%.
Os economistas fazem ressalvas na comparação, com o argumento de que o Brasil de Lula não apenas encontrou um mercado internacional mais “favorável”, como também se beneficiou das reformas implementadas durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Ainda assim, os ganhos são considerados “expressivos”. “Tivemos o restabelecimento da expansão econômica com geração de empregos, algo que não vimos na década de 1990”, diz Cláudio Dedecca, economista da Unicamp.
Os resultados dos últimos oito anos foram também turbinados por uma forte política de transferência de rendas, tanto por meio do Bolsa Família como também do aumento do salário mínimo acima da inflação.
Como conseqüência, a classe média – formada por famílias com ganhos de R$ 1.064 a R$ 4.591 – cresceu 44% em oito anos, tornando-se um dos principais símbolos da economia na Era Lula e a classe majoritária no país, representando mais de 50% da população.
Em oito anos, o consumo entre os integrantes da classe C cresceu 6,8 vezes e quase se igualou às despesas das classes A e B somadas, segundo o IBGE.
Desafios
O mesmo crescimento que marcou os anos Lula e fez disparar o consumo no país também deixa alguns desafios à nova presidente.
Se por um lado coube a Lula tirar a economia do marasmo e dar poder de compra a milhões de brasileiros, Dilma Rousseff terá a tarefa de “aperfeiçoar” esse processo, segundo economistas.
Dentre as prioridades estará a inflação, que voltou a assustar nos últimos meses e deve fechar o ano em 5,9%, pelas estimativas de mercado. Para 2011, a previsão é de 5,3%, o que coloca os dois valores acima do centro da meta estipulada pelo governo.
“Após os estímulos ao consumo no pós-crise, que foram acertados, espera-se agora que o objetivo da política econômica retorne para seu curso natural, que é a austeridade fiscal baseada na redução efetiva de despesas administrativas”, diz o economista-chefe da agência de risco Austin Rating, Alex Agostini.
Competitividade
Outro desafio para a futura presidente será o de estimular a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional, que vem sendo prejudicada em função da valorização da moeda brasileira.
A previsão é de que as exportações cresçam 30% este ano, número que deve cair para 12% no ano que vem.
Um exemplo é o da indústria de transformação, que em 2005 registrava um superavit comercial de US$ 31,9 bilhões e chegou ao mês de junho deste ano com um deficit de US$ 13,9 bilhões.
“Existe uma certa preocupação sobre a perda de competitividade do produto brasileiro e com o forte crescimento das importações”, diz o analista-sênior para América Latina da Economist Intelligent Unit, Robert Wood.
Lula deixa assim um legado em alta, fazendo assim seu sucessor.
Na economia, desenvolvimentismo. Esse parece ser a nova marca do governo. As mudanças promovidas pela presidente Dilma Rousseff em relação aos anos do ex-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva vão ficando mais claras a cada dia e têm provocado intenso debate. Ninguém mais tem dúvidas de que a ortodoxia à brasileira (ou seja, sem muito radicalismo) adotada por Lula foi abandonada por Dilma.  
É verdade que os primeiros indícios de uma nova orientação foram dados ainda em 2010, quando o governo implementou medidas para conter a valorização do real ante o dólar. Nos nove primeiros meses de 2011, porém, a estratégia foi radicalizada.A inesperada decisão do Banco Central (BC) de reduzir a taxa básica de juros (Selic) de 12,50% para 12% ao ano no fim de agosto foi o segundo indício. A pá de cal foi o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados, anunciado quinta-feira."A medida na área automotiva marca uma mudança importante não só em relação ao governo Lula, mas às políticas dos últimos 20 anos. O Brasil caminhava para ser uma economia mais aberta do ponto de vista do comércio exterior", afirmou o economista José Márcio Camargo, professor da PUC-RJ. 
Pois bem, diante de tudo isso vemos agora o país de todos entrar em um momento de grande perspectiva de recessão no qual num visto em época alguma.
É sabido que a equipe econômica tem se esperneado de todos os modos para conter a inflação, o crescimento, o balcão de emprego em alta, entres outros fatores positivos até há bem pouco tempo atrás, o que já nos deixa com saudade. Vemos aí bem próximo a copa do mundo que acontecerá aqui e também as eleições que acontecerá no mesmo ano. Tudo isso tem feito com que a presidenta Dilma lute com todas suas forças para segurar as rédeas de um país que está se desfreando e tentando trilhar caminho oposto do que ela e sua equipe vem traçando. Acredito que isso lhe será possível até o final da copa, e até mesmo depois de sua possível vitória para o segundo mandato.
Como já somos experientes com os segundos mandatos de FHC e LULA, não tenha sido assim tão promissor, o de Dilma não será diferente, com exceção do momento de recessão em que estamos prestes a entrar. 
Vejamos estudos a seguir;   

A possibilidade de que a desaceleração na China e a retomada dos EUA ocorram em ritmo mais forte do que o previsto representa um risco para o Brasil.
As duas maiores economias do mundo caminham em direções opostas.
Se esse descasamento se acelerar rapidamente, o Brasil poderá se deparar com dificuldades para financiar o crescente rombo em suas contas com o exterior, que chegou a 3% do PIB (Produto Interno Bruto).
Uma fraqueza mais acentuada da China levaria a uma desaceleração maior das exportações brasileiras, podendo provocar um maior deficit em conta-corrente.
Esse saldo negativo nas transações do país com o exterior precisa ser financiado com recursos externos.
Nos últimos cinco anos de deficit, os investimentos estrangeiros diretos cobriram os buracos. Em 2013, essa situação mudou. O país voltou a depender de recursos mais voláteis, como investimentos em ações e renda fixa.
A expectativa de analistas para a entrada desses fluxos no Brasil em 2013 é boa.
A possível pedra no caminho pode ser uma recuperação mais rápida dos EUA.
Isso levaria parte desses recursos a sair de mercados emergentes e migrar para ativos americanos, principalmente em um possível cenário de alta de juros nos EUA.
PROBABILIDADE
A probabilidade de que desaceleração mais forte na China e recuperação mais robusta nos EUA ocorram ao mesmo tempo ainda não é considerada grande. Mas tem crescido, segundo analistas.
"A chance hoje está entre 10% e 15%. Não é grande, mas também não se pode dizer que seja um risco pequeno", diz André Loes, economista-chefe do HSBC.
Editoria de Arte/Folhapress
Economistas ressaltam que, ainda que esse cenário arriscado para o Brasil se concretize, o impacto para a economia não seria drástico como em crises do passado.
Reservas de US$ 375 bilhões ajudariam a conter uma desvalorização do real.
Mas, segundo o economista Affonso Celso Pastore, a tendência seria de uma "correção contracionista" no Brasil, ou seja, com impacto negativo sobre a atividade:
"Se houver restrição de capital quando os Estados Unidos começarem a retirar liquidez do mercado, o câmbio no Brasil sofrerá um ajuste", disse Pastore durante seminário da EMTA (Emerging Markets Trade Association) na última quinta-feira.
Uma desvalorização mais forte do real pressionaria a inflação, que está próxima ao teto da meta, de 6,5% (o centro da meta é 4,5%).
Isso poderia forçar o Banco Central a aumentar mais os juros, freando o crescimento bruscamente.
CHINA
A expansão da China já tem perdido ímpeto, o que levou a uma queda nos preços de commodities.
Para Fernanda D'Atri, economista do Bradesco, embora a demanda da China por commodities como aço deva crescer em ritmo menor, o apetite do país por produtos agrícolas seguirá firme.
Esse é o cenário da maioria dos analistas, que, no entanto, se mostra mais preocupada. Recentemente, bancos e consultorias soltaram relatórios sobre os riscos de expansão menor que os cerca de 8% previstos para 2013.
"Se a China se desacelerar mais fortemente, será um cenário preocupante para o Brasil", disse a economista Lia Valls Pereira, da FGV.
Duncan Innes-Ker, da EIU (Economist Intelligence Unit), afirma que os maiores riscos para a China são a dependência de altas taxas de expansão do crédito para crescer e a falta de reformas.
Em um aparente passo para atacar os problemas, a China anunciou ontem que abrirá espaço para maior participação da iniciativa privada.

Diante disso, nos resta estar no meio da torcida torcendo para que nossos cálculos sejam bastante errados, e que nada disso venha acontecer e que no meio dessa trajetória venha aparecer um Salvador da Pátria como foi no mandato de Itamar Franco.



***FRANCIS DE MELLO***

sexta-feira, 24 de maio de 2013

MEU ETERNO COMPANHEIRO


MEU ETERNO COMPANHEIRO

Com; Daniel César Melo.








Eu convivo diariamente com milhares de pessoas. Pode parecer exagero, mas não é. São milhares mesmo. Três zeros. Do momento em que acordo até o momento em que recosto minha cabeça sobre o travesseiro, a quantidade absurda de tipos que passam pela minha vida é inimaginável. Daria um livro. E o verbo é exatamente este: passam. Praticamente ninguém fica, até porque não faço a menor questão. Não tenho paciência para relacionamentos, nunca tive e nunca vou ter. Exceção ao meu eterno companheiro que, aliás, comemora seu dia justamente hoje.

No meu cotidiano muita gente transita. Antes de sair do prédio em que moro num pequeno apartamento que cabe somente eu, minhas tralhas, meus questionamentos sobre a existência humana e, claro, meu companheiro, já começo o ritual de pequenas “trombadas”. Bom dia a um ou outro morador, já no elevador, quando ele não está quebrado, mas há encontros na escadaria também. Depois, não pode faltar o bom dia ao porteiro/zelador/segurança, pois é o que a educação ensina. Quase sempre é apenas isso: duas palavras. Pois estou concentrado demais com meu companheiro para querer falar com alguém.











***FRANCIS DE MELLO***

quarta-feira, 22 de maio de 2013

"CRACK E A SOLIDARIEDADE PAULISTA"


Crack e a solidariedade paulista!

Texto de; Ronaldo Laranjeira





A dependência química é uma doença crônica do cérebro e que pode recidivar, ou seja, a assistência médica e psicológica não garante 100% de cura. É também uma doença complexa e, no caso do crack, pode ter frequentemente um final trágico. Pesquisas da Unifesp mostram que mais de 30% dos usuários morrem no curto prazo. Natural, portanto, as discussões em torno da melhor maneira de efetuar o tratamento.
O consumo de crack se alastrou particularmente na última década, com o notório aumento do número de dependentes em diversas capitais brasileiras e cidades médias do interior. É uma droga sabidamente devastadora, que provoca alterações na estrutura do funcionamento cerebral.
Não existe uma fórmula para se tratar igualmente todos os dependentes de crack. Muito embora o cérebro do usuário possa ser reparado, o atendimento requer múltiplos recursos e a recuperação é, normalmente, de longo prazo. Há pessoas que chegam a passar cinco, sete anos sem crack e recaem no uso da droga, muitas vezes incentivados por algum fator externo, como decepções e outros problemas de fundo emocional.

O governo do Estado de São Paulo, reconhecendo a questão do crack como sério problema de saúde pública, implantou uma política de enfrentamento ousada e ao mesmo tempo polêmica. O Estado colocou o dedo na ferida e decidiu agir. A omissão do poder público, de longa data em todas as esferas do SUS (Sistema Único de Saúde), deu lugar, em São Paulo, ao compromisso inequívoco de adotar medidas urgentes e necessárias para proteger os usuários e seus familiares.
Algumas experiências realizadas nos últimos anos pela Secretaria de Estado da Saúde, e que se mostraram satisfatórias no tratamento de dependentes químicos, vêm sendo articuladas e gradativamente expandidas para todo o Estado, no sentido de integrar e fortalecer uma rede composta por Caps AD (Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas), programas ambulatoriais, hospitais-dia, prontos-socorros de psiquiatria, enfermarias especializadas, moradias assistidas, comunidades terapêuticas e serviços de reinserção social.
É o princípio de uma longa jornada, mas percebe-se, em São Paulo, uma positiva movimentação que já começa a dar resultados. Após ampliar a rede de leitos de internação e assistência multiprofissional para dependentes químicos pelo SUS, que hoje somam 910 vagas e chegarão a 1,2 mil até 2014, o governo uniu Judiciário, Ministério Público e Ordem dos Advogados do Brasil em um Plantão Judiciário montado no Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas), unidade de saúde estadual vizinha da Cracolância, para acelerar os processos de internação involuntária e compulsória, previstas em lei federal, em casos de extrema gravidade e necessidade.
A internação “à força”, como é conhecida, não é um ato de cárcere-privado, mas de solidariedade, coerção com compaixão, que visa tentar salvar a vida de quem, no auge da sua dependência, não consegue discernir sobre quão grave é seu estado de saúde. Na Suécia, 30% do tratamento psiquiátrico é compulsório. Os EUA têm pesquisas que demonstram a eficiência desse tratamento e a classe média brasileira já adota isso há muito tempo. Por que não estender esse benefício também aos mais pobres?
O efeito colateral do Plantão Judiciário foi uma corrida de familiares de usuários de crack ao Cratod. Ali eles enxergaram uma esperança, uma mão estendida. Até 4 de março, segundo números disponibilizados pelo governo, foram 12.251 ligações ao serviço (quase 300 por dia), 2.370 acolhimentos e 319 internações, das quais 23 involuntárias. O governo abriu mais leitos para atender à demanda. E ainda encontra a resistência de muitas famílias, que veem na internação a única saída para os dependentes, quando na verdade é o último recurso.
São no mínimo precipitadas certas conclusões sobre a condução da nova política estadual de combate ao crack em São Paulo. Somos o único estado que está criando uma rede assistencial, com qualidade e diversidade, e com um foco claro de apoio aos familiares. O caminho é longo e tortuoso. Ajustes e correções de rumo talvez sejam necessários. É só o começo de uma batalha em nome da vida.


RONALDO LARANJEIRA, 56, Professor Titular de Psiquiatria e coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).


Os males sem remédio da formação médica de baixa qualidade


De acordo com Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

A qualidade do atendimento à saúde é pauta para muitas discussões. Uma questão que certamente passa pela má qualidade na formação do médico. Estamos certos de que a abertura indiscriminada de faculdades de Medicina não contribui para a solução deste problema, pelo contrário, acaba prejudicando aquele que nunca deveria ser afetado: o paciente.

Contrapondo os profissionais de saúde que realizam seu trabalho com excelência, estão aqueles que não possuem a qualificação necessária para a assistência à saúde da população. E a raiz disso está na formação acadêmica. Faculdades de Medicina que cobram mensalidades caríssimas, muitas vezes funcionam sem hospital escola, com corpo docente de competência contestável e possuem falhas no planejamento pedagógico.
É importante ressaltar que além de toda a estrutura física imprescindível, a escola médica deve ter tradição para garantir uma formação efetiva, inclusive do ponto de vista ético. Não é apenas transmitindo conhecimentos teóricos e práticos que se consolida o bom profissional, é preciso ensinar também a conduta humanista, na qual a relação médico-paciente é baseada na confiança e respeito, e não somente em um atendimento frio e desinteressado.
O médico deve amar a profissão e ter em mente que seu foco não são as doenças, e sim os doentes. Valorizar o ser humano é algo que os mestres precisam frisar aos alunos através do testemunho da sua presença. Essa conduta ajuda o estudante a ter uma melhor percepção de como se deve atuar. E infelizmente algumas instituições não oferecem uma oportunidade como essa, tão fundamental.
Enquanto a quantidade de profissionais, e não a qualidade da formação, for o centro da discussão, teremos médicos que enxergam seu trabalho sob a mesma ótica, onde os pacientes não passam de números. A saúde da população deve ser levada sempre a sério, e o especialista precisa estar ciente do peso da responsabilidade que tem nas mãos.
No entanto, ainda que a situação não seja a ideal, no Brasil temos sim muitos profissionais que são motivo de honra para a classe médica, assim como instituições sérias e de renome. Orgulho-me em dizer que a Escola Paulista de Medicina da Unifesp é um dos exemplos de qualidade de ensino, pesquisa, e assistência à população. Essa tradicional escola médica, que agora completa 80 anos, foi onde me formei, ocupo o cargo de Professor Titular em Clínica Médica e agora tenho a honra de ser diretor.
O diferencial da boa escola de Medicina é justamente o resultado do empenho de pessoas que amam o que fazem e querem passar seu conhecimento adiante. Por isso é preciso que a questão seja considerada com uma maior rigidez, avaliando com critério a abertura de novas escolas médicas, para que não tenhamos que presenciar mais uma vez os vergonhosos índices de reprovação verificados nas últimas avaliações do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP).


O governo federal vem elegendo o ensino técnico como o antídoto para atenuar um problema grave que preocupa o empresariado brasileiro: a escassez de mão de obra qualificada no mercado de trabalho. A prova de que a preocupação ganhou ares vitais na administração federal é o crescimento no investimento reservado para o ensino profissional nos últimos anos. Nos primeiros dois anos do governo da presidente Dilma, foram ampliadas de 5% para 9% as despesas com o ensino técnico profissionalizante e tecnológico. Os gastos passaram de R$ 3,6 bilhões, em 2010, para R$ 7,6 bilhões, em 2012. Setenta por cento desse montante vai para a manutenção de 365 escolas técnicas e para a expansão de toda a rede. A quantidade de escolas também multiplicou-se nos últimos anos. De 2005 a 2012, foram construídas 222 escolas técnicas, com a criação de mais de 100 mil vagas para os jovens estudantes.
Priorizar o ensino técnico é uma alternativa acertada para que o país consiga se manter competitivo no comércio internacional. A globalização exige estruturas tecnológicas mais complexas para as empresas, o que demanda uma parcela importante de funcionários capacitados para a realização de tarefas que exigem conhecimentos aprofundados. A falta de mão de obra, sentida hoje, é uma profunda ameaça, até mesmo, para a instabilidade econômica. Não existem empresas competitivas sem um capital humano de qualidade que responda às demandas frequentes do mercado.

No ensino profissionalizante, o aluno aprende na prática, adquirindo a capacitação necessária para desempenhar as funções assim que sair da escola. Por isso, é grande a porcentagem de jovens que saem com o diploma técnico ou tecnológico e já ingressam rapidamente no mercado de trabalho. É o que se vê em São Paulo, com os alunos das Escolas Técnicas (Etecs) e das Faculdades de Tecnologia (Fatecs).
Apesar da maior atenção que o governo federal vem dando ao ensino técnico, o desenvolvimento tecnológico no país ainda deixa muito a desejar às nações consideradas mais privilegiadas e, até mesmo, entre os Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Estamos largando atrás nesse processo, mas se os investimentos tiverem o foco correto ainda podemos dar a volta por cima e surpreender. 


Dois terços dos executivos de companhias de atuação mundial consideram que a capacidade de criar ligações internas é uma fonte de força para a empresa. De fato, as organizações sabem que podem fracassar se não estabelecerem uma boa ligação entre estrutura e processos, mesmo que sejam adequadamente estruturadas e tenham processos elaborados com cuidado.

Para tanto, os gestores devem concentrar sua comunicação, tanto regular como intermitente, em contatos que realmente fazem diferença para o desempenho de suas tarefas. Os líderes podem ajudar tornando mais fácil para seus funcionários construir conexões e comunidades baseadas na internet que sejam úteis para disseminar o conhecimento rapidamente. Eles também devem proteger os gestores da necessidade de gastar muito tempo em conversas e reuniões cujas agendas e processos de tomada de decisão são tão nebulosos que atrapalham a realização das tarefas essenciais. 
Para isso, compreender o número e o valor do momentos de comunicação de que os gestores participam é o primeiro passo para encontrar a solução mais adequada para essa questão. Atualmente, há uma grande variedade de ferramentas à disposição para ajudar, entre elas: entrevistas com funcionários; análise da rede social que mapeia a frequência e a eficiência das comunicações; e pesquisas com funcionários para a análise das conexões entre o negócio principal da empresa, as áreas funcionais e as unidades geográficas, a fim de saber porque estão compartilhando informações. A importância da informação que conseguem do ponto de vista das metas de desempenho e dos objetivos estratégicos e quão eficiente o compartilhamento tem sido.
O passo seguinte é decidir quais conexões devem ser deixadas de lado, quais é preciso manter e quais serão adicionadas. Em empresas nas quais muitas pessoas parecem perder tempo em ligações em excesso, a resposta automática dos líderes é muitas vezes clarear essa situação mexendo na estrutura (por exemplo: adicionando novas dimensões à matriz organizacional), mas isso aumenta a complexidade da empresa, assim como o custo para geri-la. Soluções mais adequadas podem surgir quando se analisa um leque mais amplo de mecanismos de ligação entre as pessoas, seus diferentes propósitos estratégicos e o que devem existir para que funcionem. Por exemplo: a ligação de coaching transfere conhecimento e contribui para desenvolver futuros líderes e, portanto, requer interações fortes, de caráter pessoal e frequentes, baseadas na verdade. Já outras conexões de transferência de conhecimento, como as que se dão por meio de documentos, podem ser bem mais fracas, impessoais e menos frequentes.
Estrutura, processos e relações são coisas interligadas: é mais fácil evitar a duplicação das estruturas organizacionais quando a empresa consegue o equilíbrio adequado entre os processos locais, regionais e mundiais.


De cara com a morte

Testo de Lev Chaim*: 
Harold bateu forte com a bengala na janela, chamando-me para dentro, quando passava por sua casa, bem cedo, levando o meu cãozinho para a sua primeira saída do dia. Eram sete e trinta de uma manhã fria de uma primavera meio invernosa. Fui encontra-lo na sala, onde estava sentado em sua cadeira de balanço. 

Harold estava doente, com câncer. Tudo começou no pâncreas e agora já havia se espalhado por todo o corpo. Era uma questão de dias ou no máximo um mês, disseram os médicos. Um outro vizinho já havia me contado isto. Entrei e disse a Harold: “Bom dia! Espero que hoje possa estar um pouquinho melhor!”. 
Ele olhou-me nos olhos: “Lev, chamei-o aqui porque estou indo embora. Vou para um asilo aqui perto..... esperar a morte”. Quando ouvi aquelas palavras tristes, diretas e duras, tudo voltou a minha cabeça, desde o primeiro momento em que o conheci. Ele tinha 65 anos, mas parecia ter 90. Apenas alguns fios de cabelo cobriam a sua careca amarelada. 
Ele já havia feito operação de bacia, colocado um prótese no joelho e, agora, bem recente, descobriram este câncer que já havia se espalhado por todo o corpo. Os médicos que o descobriram nem começaram o tratamento. Tudo já estava tomado. 
O que dizer a alguém que está morrendo? Que Deus o espera no céu? Que ele estará salvo, em algum lugar melhor do que aqui? Não. Eu respeitei a sua dignidade, mas confrontei as minhas próprias dúvidas sobre a vida após a morte. Se ele queria conversar, eu o ouviria. Ele contou-me, que às dez horas daquela mesma manhã, estaria se mudando para o asilo. “E depois?”- perguntei. 
Com os olhos baixo e a voz fraca, ele respondeu: “Vou esperar pela sua última visita”. Desconcertado e emocionado, disse que ele poderia contar com aquilo. E ai, ele falou que iria fazer uma avaliação de sua vida, neste tempo que ainda lhe restava. Ele era psicólogo de profissão, mas, havia se tornado jornalista e trabalhava para um jornal local. 
Mais de uma vez ele me havia pedido uma entrevista. Foram três vezes, para ser mais exato. Todas as vezes eu respondi que “não”. A primeira, fiquei atarantado: “O que vou dizer ali? Não sou artista ou algo parecido?”. Ai, Harold me lembrou que a entrevista seria sobre um jornalista estrangeiro na Holanda. Mesmo assim, disse que não. 
A segunda foi quando caminhávamos juntos sobre os diques à volta da cidade. Quando discutíamos alguns assuntos, não sei porque carga d’águas, ele tocou no tópico adoção e casal de homossexuais. Ai, eu disse que achava que todos tinham potencial para criar um filho, mas o ninho ideal era mesmo o ninho dos pais – o pai e a mãe. 
Ele, olhou-me bem fixo nos olhos: “Vamos fazer uma entrevista sobre o assunto, pois acho que o que você disse algo muito sério e gostaria de explorá-lo mais um pouco.” Mais uma vez, respondi que “não”: eu era apenas um jornalista, colunista, tradutor, nada mais. E, além de tudo, escrevia em português, língua que os holandeses nem falam e nem entendem. Assunto encerrado.
A terceira vez, foi de uma modo bem mais sutil. Quando assava bolo, pães-de-queijos ou alguma quitanda qualquer, sempre levava um pouquinho para ele, já que Harold morava só. Ele tinha um filho e uma filha que raramente vinham visita-lo. 
Nesse dia, havia lhe trazido um pedaço de bolo de abobrinha. Ele experimentou, gostou e tentou descobrir o que havia ali: “Nozes?” Sim. “Chocolate?” Não, açúcar mascavo! “O que são estas ervas verdes?” Abobrinha ralada...Perplexo, ele parou de comer: “A vida inteira odiei abobrinha e agora acho isto delicioso.” Começamos a rir. 
E rindo, ele perguntou a queima-roupa: vamos escrever um artigo sobre isto. Ninguém na Holanda tem um vizinho tão bom quanto eu: um jornalista ocupado, talentoso, de forno e fogão, que me fez comer uma bolo de abobrinha que eu tanto detesto. Vamos lá? Sento no computador e escrevo o artigo”. E mais uma vez eu disse que “não”. 
Agora, olhando-o nos olhos, vendo a palidez de seu rosto, senti o quanto ele havia envelhecido em tão pouco tempo. Foi ai, que lhe pedi desculpas por nunca ter lhe dado a tão desejada entrevista. E, sem ao menos pensar duas vezes, perguntei: Harold, agora, eu é que lhe peço licença para escrever sobre você, posso? 
Seus olhos pareceram adquirir um certo brilho já perdido há muito tempo. “E o que vai contar?” Vou escrever sobre um ser humano corajoso, forte, honesto, que enfrenta a morte de cara erguida, sem medo. Foi neste momento que ele se abriu num sorriso que, mais tarde, transformou-se numa gargalhada. 
E não é assim? - perguntei. Neste momento, a gargalhada sumiu e as lágrimas apareceram. Já quase sem fôlego, ele disse: “Lev, quem lhe contou que não estou com medo? Estou paralisado de medo. Não sei o que fazer, não sei rezar e, talvez, nem acredito em Deus”. Sem saber o que dizer, ofereci-me para rezar com ele. 
Para a minha surpresa, ele aceitou pedindo: “Vamos rezar em português; você diz e eu repito; assim, pelo menos, posso imaginar o que queira”. Topei e comecei em voz alta e espaçada: “Pai nosso que estais no céu...” Na terceira frase, ele adormeceu. 
Sai em silêncio e escrevi-lhe um bilhetinho: “Harold, muita força. Que Deus o proteja. Irei visitar-lhe em breve. Abraços, Lev”. E esta foi a última vez que o vi com vida. Dois dias depois, o enfermeiro do asilo contou-me que ele havia se matado no banheiro. 


*Lev Chaim é jornalista, colunista, publicista da FalaBrasil e trabalhou 20 anos para a Radio Internacional da Holanda, país onde mora até hoje. Ele escreve todas as sexta-feiras para o Diário da Franca. 



Terceirização: bom negócio para o trabalhador?

De acordo com Roberto Caldas Alvim de Oliveira

A terceirização do trabalho mediante a contratação de empresa prestadora de serviços ou de cooperativas de trabalho é questão que exige urgente normatização legal, para evitar prejuízo maior ao crescimento do nosso país.

Para melhor entender a questão, terceirizar determinada atividade laboral significa uma empresa contratar outra empresa ou uma cooperativa que disponibilizará mão de obra qualificada e especializada para a tarefa que se pretende realizar. Todas as funções e atividades de uma empresa podem ser terceirizadas, desde a segurança e limpeza, passando pela informática, projetos e vendas, até a diretoria e o próprio presidente. O importante é que esses terceirizados tenham os seus direitos trabalhistas garantidos pela empresa que os colocará à disposição da contratante, a tomadora do serviço.
Aqueles que são contrários à terceirização sustentam que o empregado terceirizado é de “segunda categoria” e sua atividade é precarizada por não ter todos os direitos trabalhistas respeitados.
Primeiramente, é de se observar o preconceito contido na expressão “segunda categoria”, pois todo o trabalho é digno e deve ser condignamente remunerado. Se o indivíduo tem um emprego e recebe pelo seu trabalho, não importa se ele trabalha para a empresa “a” ou “b”, mas sim, que seus direitos são respeitados.
Nesse sentido, o projeto de lei nº 4.330, de autoria do deputado Sandro Mabel e que tem como relator o deputado Arthur Maia, previne o desrespeito aos direitos trabalhistas e contempla a responsabilidade solidária da empresa tomadora de serviços que estará obrigada a assumir os pagamentos de salários e demais vantagens do empregado se a empresa prestadora de serviços não o fizer ou desaparecer.
O excesso de processos na Justiça do Trabalho de empregados terceirizados também não impressiona e não serve como argumento contrário à terceirização, pois as demandas continuarão a existir seja de empregado direto ou de terceirizado, pois existem cada vez mais Varas do Trabalho para receber as demandas, o que motiva o empregado a ajuizar as reclamações trabalhistas.
A terceirização traz grande vantagem aos tomadores dos serviços, pois contarão com mão de obra especializada e não terão o ônus da administração desse contingente de empregados. Para os empregados, relevante é ter um emprego digno e que seus direitos sejam respeitados, e a normatização legal desse tipo de contratação com a imposição de regras e obrigações às empresas (tomadora e prestadora de serviços) pacificará os conflitos hoje existentes e permitirá o crescimento e desenvolvimento de todos os setores produtivos do país.






***FRANCIS DE MELLO***